O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira que o governo quer negociar com os controladores de vôo, mas "sem uma faca no pescoço". Segundo ele, as conversas ficam difíceis "com constantes ameaças de retomada de greve, de transformar a Páscoa em um inferno".

Bernardo se reuniu hoje com representantes da categoria e disse ter transmitido a eles a mensagem de que o governo exige "absoluta normalidade" no funcionamento do sistema para que as negociações prossigam. Ele declarou ter sentido uma "receptividade boa" dos controladores.

Na noite da última sexta-feira, o ministro e os controladores de vôo fecharam um acordo pelo o qual o governo se comprometeu a desmilitarizar o controle aéreo, a pagar gratificação e a atender outras reivindicações, numa tentativa de encerrar a paralisação da categoria.

Quanto à paralisação, Bernardo classificou o ato de "atípico" e "claramente fora de controle". Questionado se haverá punições para os profissionais que entraram em greve, o ministro afirmou que é necessário investir na tranqüilidade. "Vamos investir no clima de diálogo, na tranqüilidade. Não vamos investir em um clima de botar fogo no circo, porque acho que isso não vai ajudar nada", disse.