Economia Titulo
Verba para o mínimo preocupa empresário
Sueli Carvalho
Da Redaçao
18/11/2000 | 18:15
Compartilhar notícia


O reajuste do salário mínimo de R$ 151 para R$ 180 que está sendo estudado pelo governo para ser adotado a partir de 2001 nao deverá trazer fortes impactos para a economia do Grande ABC pelo fato de as empresas da regiao terem uma base salarial superior ao mínimo. Essa foi a afirmaçao de diversos empresários e representantes de associaçoes comerciais e industriais e dos Centros das Indústrias do Estado de Sao Paulo (Ciesps) da regiao. O único temor, segundo eles, diz respeito aos meios que o governo utilizará para garantir os cerca de R$ 4 bilhoes necessários ao reajuste.

No momento de as empresas pagarem os salários aos funcionários nao haverá mudanças; o problema, segundo o presidente da Associaçao Comercial e Industrial de Diadema (Acid), Alberto Tossunian, será se o governo resolver elevar a carga tributária para conseguir cobrir o aumento e mexer de uma maneira negativa na economia.

Essa preocupaçao também foi apontada pelo diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de Sao Paulo (Ciesp) de Santo André, Shotoku Yamamoto. "Se o governo for manter a política de estabilidade monetária, vai ter de conseguir dinheiro por meio do mercado de capitais, lançando títulos de dívida pública, aumentando impostos ou cortando despesas. Precisamos saber qual alternativa o governo irá escolher."

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Móveis de Sao Bernardo e Regiao, Hermes Soncini, proprietário da indústria moveleira Elen, embora as contas públicas devam sofrer com o reajuste, a economia da regiao nao deverá se movimentar por conta disso. "É claro que o consumo poderá crescer, mas o aumento no salário mínimo ainda é pouco significativo para isso."

O gerente executivo da Associaçao Comercial e Industrial de Santo André (Acisa), Luís Antonio Sampaio da Cruz, também nao acredita que o aumento de R$ 29 cause mudanças perceptíveis na economia regional. "Vai depender apenas de como o governo vai arrecadar o dinheiro."

Para a sócia da Blastingcenter Jateamento e Pintura, de Sao Caetano, Sonia Maria Cassin, o aumento no valor do salário mínimo nao trará alteraçoes na situaçao financeira da empresa. "O salário base é de R$ 330, ou seja, R$ 179 superior ao salário mínimo atual. A única alteraçao que poderemos sofrer será por conta dos métodos que o governo irá escolher para conseguir dinheiro caso o aumento seja aprovado. Normalmente, as empresas menores sao as mais prejudicadas", destacou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;