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Crise emperra negociação sindical
Vinicius Gorczerski
Do Diário do Grande ABC
26/08/2011 | 07:59
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O clima na mesa de negociação entre Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT/SP e montadoras está tenso. "Como toda reunião sindical", ameniza o presidente da federação Valmir Marques, o Biro Biro. Isso porque a nova crise internacional é motivo de temor por parte da classe patronal. O abalo financeiro foi motivado pela redução no rating dos Estados Unidos, de AAA para AA+, que significa a capacidade de o país honrar suas dívidas, no início do mês, pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's.

Sensação que ocorre porque ninguém sabe ao certo quais os reflexos da onda internacional sobre a indústria do Brasil, gerando insegurança sobre o futuro. A opinião do sindicalista é de que o País está blindado de efeitos negativos mundiais. "Também estamos preocupados com o futuro da indústria, mas o momento não é de crise para nós", diz ele, ao acrescentar que o diálogo acontece, por outro lado, em "alto nível". Além disso, destaca que há firmeza de diretorias sindicais a fim de prezar por ganhos reais de renda.

Hoje, a partir das 9h, em Guarulhos (SP), ocorre mais uma etapa nas conversas entre trabalhadores e patrões. "Estamos otimistas de que chegaremos a bons resultados."

Na semana passada, as montadoras ofereceram aumento de 8,6%. Percentual esse que representa ganho real de 1,26%, mas refutado pelos sindicalistas. A FEM não revela os valores pleiteados, mas afirma que a proposta já foi posta na mesa às montadoras. Entre elas, Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota. Também está na pauta a elevação do menor salário da classe, fixado em R$ 1.390.

O clima é de preocupação sobretudo porque a data-base do setor está para vencer (será no dia 1°), com poucos dias úteis para avanços. No domingo, haverá assembleia - na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo - a fim de passar as propostas à categoria, que também engloba Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O evento será voltado exclusivamente a negociações desse setor, embora os chamados Grupos 2 e 3, representados pelas máquinas e eletrônicos além das autopeças, forjaria e parafusos serão convidados a participar. Na ocasião, receberão informações quanto às cláusula sociais, também em discussões avançadas. A data-base para ambos ocorre apenas no fim do ano.

Biro Biro não descarta mobilizações pontuais em caso de barreiras impostas pela classe patronal aos pedidos. Entre eles, licença-maternidade de 180 dias para mães com filhos adotivos e auxílio-creche. Nesse ponto, as discussões estão avançadas e tendem a ser aceitas sem grandes dificuldades pelas montadoras.




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