Uma delegação albanesa em visita a Santo André viu nesta quarta-feira a possibilidade de "importar" projetos sociais e econômicos locais e implementá-los em dois municípios daquele país. Uma comitiva composta por 23 integrantes de vários setores conheceu nesta quarta alguns programas, como o Eixo Tamanduatehy, de desenvolvimento urbano, e o Santo André Mais Igual, de inclusão social. A comissão volta no dia 10 para conhecer as ações do Consórcio Intermunicipal e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.

A vice-prefeita de Tirana, capital da Albânia, Vali Bizhga, disse ter ficado impressionada pelos programas sociais e econômicos, que possibilitam geração de emprego e renda. Mas, como referência local, as melhores práticas dos programas andreenses seriam o Orçamento Participativo e o Cidade Futuro, projetos do governo com representantes também da sociedade. Segundo ela, são idéias que podem ser utilizadas em cidades da Albânia, ex-país comunista em processo de redemocratização.

A visita faz parte da Promoção de Boa Governança Urbana, programa a ser implementado pela organização não-governamental Co-Plan (Instituto para o Desenvolvimento do Hábitat) para promover o desenvolvimento sustentável na Albânia. O programa tem duas finalidades principais: desenvolver o plano diretor e estratégias de desenvolvimento local. Os municípios de Elbassan e Fier foram contemplados para serem atendidos pelo programa, que é financiado por entidades da Holanda.

O Brasil foi escolhido para ser espelho das experiências porque possui práticas reconhecidas de administrações locais, gestão participativa e instrumentos de regulação e promoção do desenvolvimento urbano, segundo Andre Herzog, um dos formuladores do Programa.

Antes de visitar Santo André, a comitiva passou pela cidade de São Paulo, onde foi possível conhecer vários programas, entre os quais o Plano Diretor e o Programa de Gestão Pública e Cidadania. "São Paulo e Santo André têm experiências para enfrentar as questões de recuperação econômica porque são formadas por pólos tradicionais de indústrias, que sofreram processo de reestruturação produtiva, com evasão industrial e fechamento de atividades", acrescentou Herzog.

Desta sexta até a próxima quinta-feira, a delegação visita municípios de Santa Catarina, onde vão verificar os trabalhos de reestruturação de cadeias produtivas.