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Lula: ‘perfeito, só Deus’
Carla Navarrete
Do Diário OnLine
26/09/2002 | 21:25
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O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira que não teme, caso seja eleito, que algumas de suas declarações possam prejudicar a diplomacia brasileira. Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula negou as acusações dos adversários de que seria uma ‘peça de marketing’ e admitiu que, às vezes, pode fazer afirmações que causam polêmica na imprensa.

“Perfeito só Deus. Acho é que não pode haver má fé nas interpretações”, disse. Lula afirmou que, muitas vezes, suas declarações não são entendidas pelos jornalistas. Questionado sobre o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o petista negou que tenha criticado o acordo. “Não critiquei a assinatura do tratado. A única bomba atômica que eu quero é uma que, quando explodir, saia dela pétalas de rosas”, afirmou.

Lula também explicou a informação de que teria chamado a Argentina de ‘republiqueta”, o que causou indignação na imprensa desse país. Segundo Lula, o jornalista que escreveu para o jornal argentino Clarín “não sabe a diferença que a vírgula faz numa frase”. “Eu disse que o Brasil não é uma republiqueta, nem tampouco a Argentina. Sou um defensor da Argentina e do Mercosul”.

Um ponto bastante defendido pelo petista foi o de investir na Educação para acabar com a violência. Questionado sobre uma propaganda do PT que exibe um jovem roubando, Lula disse que a intenção foi “chocar a opinião pública”, para mostrar que “a falta de alternativas induz o jovem à violência”. “Nós vamos cuidar da bandidagem, mas também vamos investir em cultura, lazer e esporte para que o jovem não seja empurrado para o crime”, disse.

Ao responder uma pergunta feita por um telespectador, Lula reafirmou que o PT se comprometeu a cumprir os acordos estabelecidos pelo atual governo e não pensa em calote ou bloqueio da dívida pública. Lula criticou as altas taxas de juros do país que, segundo ele, impedem que a economia cresça. Ele disse que vai manter a CPMF, que a partir de 2004 será apenas de 0,08%. Segundo o petista, a taxa terá um valor simbólico e a verba arrecadada será investida em educação e saúde.

Lula se disse contrário à redução da idade penal. “Se reduzirmos, vamos punir muita gente inocente. Tem de recuperar o adolescente dentro da família. Reduzir a idade penal não resolve o problema”, disse. O candidato também defendeu a participação do governo no processo educacional para incentivar as famílias a realizarem um ‘planejamento’ para impedir, por exemplo, a gravidez na adolescência.

O petista também voltou a defender o serviço obrigatório militar. Segundo ele, o Exército oferece a possibilidade de um profissão para os jovens. Lula ainda se mostrou favorável a um projeto que tramita no governo de garantir moradia em boas condições para os policiais. “Os policiais merecem ser tratados com mais dignidade”, disse.




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