Nesta quarta de manha, Cavalcanti dirigia seu BMW pela Avenida Morumbi, na zona sul da capital paulista. Num trecho da via, técnicos da Companhia de engenharia de Tráfego (CET) realizavam trabalhos com objetivo de criar alternativas de acesso para os torcedores de Palmeiras e Corithians, para o jogo pela Libertadores da América. "Isso provocou congestionamento", disse o empresário.

Aproveitando-se do engarrafamento, dois rapazes numa moto o atacaram, quando Cavalcanti falava no viva-voz do celular. "Um dos cara bateu com uma pistola 7.65 no vidro e gritou 'dá o relógio, dá o dinheiro", contou depois. "Olhei com muita tranqüilidade, de quem já acostumado a ser assaltado". Cavalcanti entregou R$ 40,00 e o relógio. Um dos assaltantes, acreditando que o empresário tivesse mais dinheiro no bolso, mandou que abrisse a porta do lado direito do motorista. Cavalcanti se negou a atender o pedido e começou a conversar com os ladroes.

"Estava morrendo de medo que ele disparasse, pois o meu carro nao é blindado", revelou. Os ladroes nao sabiam disso e desistiram, indo embora tranqüilamente. Cavalcanti continuou preso no congestionamento, sem saber se daria queixa. "A gente é mal atendido nos distritos policiais; nao sei de vale a pane" se queixou.