Economia Titulo Imbróglio
Para reaver moldes, Volks deve pagar R$ 10 mi
Paula Oliveira
Especial para o Diário
25/08/2016 | 07:23
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Para conseguir o direito de retomar seu ferramental, que se encontra em fábricas do Grupo Prevent, detentor da Keiper, que possui unidade em Mauá, a Volkswagen precisa depositar R$ 10 milhões em conta judicial, conforme exigência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

“Tendo em vista que a agravante (Volks) não se opõe à realização de novo depósito judicial a título de caução, com o intuito de garantir o juízo após as alegações de prejuízo afirmadas pelas agravadas (Prevent), determino o complemento de caução para o valor total de R$ 10 milhões, para o fim de restabelecer a liminar deferida a fls.2788 (que a autorizava a retirar seus moldes)”, diz decisão do Judiciário.

“Se, futuramente, a Volks vier a perder o processo, que ainda será julgado, esse dinheiro iria para a Keiper, para suprir os prejuízos que ela alega ter com o encerramento do contrato. Caso isso não seja identificado e a Volks ganhar, esse montante retorna para a montadora”, explica o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Adilson Torres, o Sapão. A Keiper afirma que 85% do seu faturamento provém da Volks.

O sindicalista disse que ainda não sabe se o depósito já foi feito. Procurada, a Volks apenas confirmou ter ciência da liminar. Enquanto isso, os trabalhadores da Keiper seguem se revezando em vigília na porta da fabricante de bancos.

A cada período de trabalho, cerca de 100 funcionários permanecem em frente à empresa para aguardar resposta da firma sobre a garantia de pagamentos. Caso o contrato com a Volks não seja reatado, o que resultaria na demissão dos 400 profissionais que atuam na unidade, a firma diz não ter recursos para bancar verbas rescisórias. A barricada também tem o objetivo de sensibilizar a montadora e proteger os ferramentais.

Ontem pela manhã, representante da Keiper iria conversar com os operários sobre o assunto, o que não aconteceu. “Ele alegou problema de saúde e nenhuma outra pessoa compareceu”, conta Sapão. Procurada, a Keiper afirmou que não iria se manifestar.

Durante a reunião na Superintendência do Trabalho de São Paulo com representantes das duas empresas e do sindicato, na segunda-feira, foi solicitada nova negociação entre a Keiper e a Volkswagen. “O caso parece ser irreversível. Tentamos pedir pelo menos mais três meses de trabalho para a Keiper, mas não conseguimos. E os representantes da Volks afirmaram que a posição deles já está tomada”, diz Sapão.
 




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