A partir da terça-feira, os primeiros-ministros britânico e irlandês, Tony Blair e Bertie Ahern, vao se encontrar em Downing Street para fixar os temas e os calendários de uma revisao do processo, centrado nas peças que faltam ao quebra-cabeças: a formaçao de um governo bipolar e o desarmamento das milícias.

Foi convidado para as conversas o senador norte-americano George Mitchell, que presidiu as reunioes de 1997-98 em Belfast. A classe política local deu um espetáculo qualificado de "farsa" por uns e "debacle" por outros. "Ontem foi um momento decisivo", comentou Gerry Adams, chefe do Sinn Fein, ala política do IRA, ao sair de sua entrevista com Mowlam, acusando os protestantes unionistas pelo rechaço de compartilhar o poder com os nacionalistas. "Nao perdi toda minha fé no governo britânico, mas nao se deve subestimar a gravidade da situaçao", advertiu, pedindo a Londres que "revise sua gestao do processo" de paz.

Seja como for, a atmosfera corre o risco de ser pesada já que cada campo continua acusando o outro de ser a principal causa do fracasso das negociaçoes. Nao se espera nenhum resultado concreto desta série de encontros, mas Mowlam nao quer que se instale um vazio político nas próximas semanas.