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Morte de prefeito continua sem soluçao
Sérgio Saraiva
Da Redaçao
27/03/1999 | 19:38
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Um ano após o assassinato do prefeito José Carlos de Arruda, de Rio Grande da Serra, a polícia ainda nao sabe quem cometeu o crime nem o motivo. O caso continua sendo investigado pelo delegado especial Wagner Giudice, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteçao à Pessoa).  

Arruda foi seqüestrado no portao da garagem de sua casa, às 20h do dia 30 de março, e morto com cinco tiros, provavelmente por volta das 22h, em uma ribanceira da estrada de Sertaozinho, em Suzano, próximo à divisa com Ribeirao Pires. Seu corpo mostrava sinais de tortura ao ser encontrado dois dias depois.  

O único suspeito preso, nove dias após a execuçao, foi o empresário José Pereira, dono da viaçao Pérola da Serra, que acabou nao sendo formalmente acusado do crime. Ele ficou preso até dezembro passado sob acusaçao de manter um desmanche clandestino em sua empresa.  

A investigaçao do caso, já difícil por sua complexidade, acabou perdendo em dezembro a participaçao direta do promotor Edi Fonseca Lago, promovido de Ribeirao Pires para a comarca de Suzano. Segundo Lago, antes de ser transferido ele estava acompanhando quatro linhas de investigaçao desenvolvidas por Giudice.  

O inquérito continua sob segredo de Justiça, guardado a sete chaves pelo delegado. Repetindo o que disse ao Diário em setembro do ano passado, Giudice apenas afirmou que está com a investigaçao em andamento e pode chegar em breve a uma soluçao.  

Conhecedor do inquérito desde o início, Lago pretende voltar ao caso com base nos laudos da perícia. "Se for provado tecnicamente que Arruda foi assassinado em território de Suzano, onde o corpo foi encontrado, vou requerer o caso, voltando a acompanhá-lo." 

Tensao - A falta de uma soluçao para o caso mantém a família da vítima em permanente estado de tensao e medo, segundo Rossemeire Arruda, uma das quatro filhas do prefeito assassinado. Ela evitou dar uma entrevista ao Diário, mas criticou a demora nas investigaçoes e o segredo de Justiça que cerca o inquérito.  

Se as primeiras suspeitas recaíram sobre uma vingança da família de Pereira, que se sentira prejudicada pelo prefeito, passou por funcionários da Prefeitura e acabou alcançando uma suposta quadrilha de policiais que agia na Delegacia Seccional em Santo André .  

O caso Arruda deverá ser acompanhado pela CPI (Comissao Parlamentar de Inquérito) sobre o Crime Organizado da Assembléia Legislativa, que deve ser reinstalada este ano. Segundo o deputado Afanasio Jazadji (PFL), este será um dos casos que merecerá a maior atençao dos parlamentares, para que nao fique impune.  

O inquérito passou para o DHPP a pedido dos promotores do Gaeco (Grupo de Atuaçao Especial contra o Crime Organizado), que já investigava a suposta quadrilha de policiais chefiados pelo delegado assistente Edmilson Brancalion, da Seccional de Santo André, que tem jurisdiçao sobre Rio Grande da Serra.




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