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Nao haverá paz sem solucionar questao de Jerusalém, diz Hezbollah
Do Diário do Grande ABC
15/03/2000 | 16:17
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O chefe do Hezbollah libanês, xeque Nasralá, evocando a recusa de Israel a transferir uma aldeia perto de Jerusalém para a Autoridade Palestina, disse nesta quarta-feira que nao haverá paz sem soluçao da questao da cidade santa.

Terça-feira, o premiê israelense Ehud Barak voltou atrás quanto aos compromissos assumidos em Charm el-Cheikh, assinalou o xeque Nasralá.

``Quando os israelenses nao aceitam devolver a Arafat uma aldeia palestina a 10 km de Jerusalém, como se pode imaginar uma paz com essa mentalidade?.'

``Que Israel continue ou nao a existir, nenhum palestino, nem Arafat nem nenhum árabe, pode aceitar uma soluçao na área sem resolver o problema de Jérusalém', disse o chefe do Hezbollah.

``A questao de Jerusalém nao concerne somente Arafat e os palestinos, mas todos os árabes e todos os muçulmanos', acrescentou.

Xeque Nasralá deixou dúvidas entretanto quanto à atitude do Hezbolá com vistas a Israel, após uma retirada israelense do sul do Líbano, assinalando: ``Esta questao ainda nao foi discutida com o Estado libanês'.

Estimou porém que ``o combate do povo palestino no Líbano prosseguirá em Israel após uma retirada israelense do sul do Líbano.'

A respeito do comitê de fiscalizaçao dos acordos de abril de 1996 no sul do Líbano, co-presidido pelos Estados Unidos e França, e boicotado por Israel desde 11 fevereiro, o líder integrista declarou que ``se Israel quiser eliminar esses acordos, a resistência nao vai verter lágrimas'.

O Hezbollah e seu braço armado, a Resistência islâmica, ``se consideram ligados por esses acordos', feitos para poupar ao máximo os civis dos dois lados da fronteira, sublinhou o xeque Nasralá.

Mas, com ou sem acordo, ``sabemos como proteger as populaçoes civis', afirmou.

Xeque Nasralá negou que a guerrilha do Hezbollah tenha violado, como acusou Israel, os acordos de 1996 que proíbem ataques a partir das aldeias.

``É absolutamente falso', afirmou. ``É inconcebível que atiremos a partir de áreas habitadas e que coloquemos assim em perigo nossas mulheres e nossos filhos. Jamais o fizemos', assinalou. Quanto à utilizaçao eventual de foguetes contra Israel - que nao ocorre desde junho de 1999 - o líder do Hezbollah estimou que sua organizaçao tomou a decisao concentrando mais seus ataques sobre o exército israelense e sua milícia suplementar, o ELS (Exército do Líbano Sul).




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