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Flávia Alessandra tem o desejo de interpretar vilã realizado
Luiz Almeida
Da TV Press
31/07/2005 | 09:13
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Flávia Alessandra aguardava ansiosa o retorno à TV. Tanto que não pensou duas vezes na hora de aceitar o convite para encarnar a cruel Cristina de Alma Gêmea, da Globo. Aos 31 anos e 16 de carreira na televisão, estava afastada da telinha desde O Beijo do Vampiro, de 2002, e já sentia falta do corre-corre das gravações. "Há algum tempo pedia para entrar numa comédia ou fazer uma vilã. E isso acabou acontecendo", diz. Apesar da impressionante frieza da personagem, a atriz ressalta que Cristina não é uma vilã comum, que vive apenas para fazer o mal. Pelo contrário. "Ela também sabe ser amiga. Ainda guarda uma certa dose de bondade, devidamente escondida. Não é uma vilã o tempo todo", avalia a mãe de Giulia, 5 anos, fruto do casamento com o ator e diretor Marcos Paulo, de quem a atriz se separou em 2002.

PERGUNTA: As vilãs criam reações de amor e ódio nos telespectadores. Em algum momento você ficou preocupada com a reação do público?
FLÁVIA ALESSANDRA: Não tenho medo de interpretar uma vilã. A reação do público, é claro, sempre vai ser de ficar contra, o que é natural, mas também vão existir as pessoas que vão torcer pela Cristina. Se for para ser odiada, eu quero ser odiada. Mas espero que não esqueçam que é apenas uma personagem e que não confundam as coisas, como já aconteceu recentemente.

PERGUNTA: O que aconteceu?
FLÁVIA ALESSANDRA: Um dia desses, estava no playground do prédio de uma amiga e, de repente, escutei um barulho muito próximo da gente. Logo em seguida, gritaram 'Cristina'. Foi, então, que percebi que jogaram uma pedra de gelo de algum dos apartamentos. Isso é um pouco assustador, porque estávamos eu, ela e a filhinha dela, de um ano e alguns meses. Se, por acaso, o gelo atingisse uma de nós, iria machucar bastante. É o tipo de atitude que, claro, me preocupa. Espero que não confundam, porque não quero ser agredida e também não quero que ninguém que esteja comigo venha a se machucar. Que torçam a favor ou contra a personagem, tudo bem, não tem problemas. Mas não se pode passar dos limites que separam a realidade da ficção.

PERGUNTA: O que você acha que faz com que as pessoas fiquem tão furiosas com a Cristina?
FLÁVIA ALESSANDRA: Ela é um leque de sensações. É uma vilã que não é 100% vilã o tempo todo. Ela não é apenas uma pessoa seca, amargurada ou mal-humorada, que vive fazendo maldades. A Cristina também consegue ser sensível, engraçada e, quando tem de ser amiga, ela é. A personagem tem de tudo um pouco, são várias as facetas. Isso é o mais bacana. Está sendo uma delícia interpretá-la, porque posso explorar essas diversas nuances e sentimentos. É muito bom poder oscilar entre a vilania e o resto de bondade que ela também tem.

PERGUNTA: Durante o tempo que foi casada com o diretor Marcos Paulo, você fez algumas novelas dirigidas por ele. Chegou a ouvir comentários de que estava em determinada produção por ser a mulher do diretor?
FLÁVIA ALESSANDRA: Acho que todo mundo tem um pouco de Cristina dentro de si. Por mais que a gente tente superar, sempre resta uma pontinha de maldade. É claro que comentavam que eu estava fazendo novela por causa dele. Mas o mais engraçado é que essas mesmas pessoas que falavam isso pelas costas não se lembravam que eu já estava fazendo televisão antes de me casar com ele. Já havia iniciado minha carreira, viemos a nos conhecer algum tempo depois. Ficamos juntos enquanto ele ainda era ator também.

PERGUNTA: Mas ele nunca escalou você?
FLÁVIA ALESSANDRA: Ele não tinha esse poder todo. O Marcos nunca mandou me escalar para o elenco de qualquer novela. Se as pessoas achavam e acreditavam que isso poderia ser verdade, estavam completamente enganadas. Conquistei meu espaço ao longo dos anos. Não foi o casamento que me proporcionou isso.

PERGUNTA:  Os outros diretores não ficavam melindrados na hora de dirigir a esposa do diretor de núcleo?
FLÁVIA ALESSANDRA: Eles nunca se incomodaram com o fato de ser mulher do Marcos Paulo. Além disso, muitos desses diretores já haviam me dirigido antes de ser mulher dele. Sempre recebi o mesmo tratamento dado as outras atrizes e atores.




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