Economia Titulo Economia aquecida
Região ganha 21 mil
empresas em 2011

Com 12 mil formalizações, empreendedores individuais
impulsionam abertura de novos negócios no Grande ABC

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/02/2012 | 07:12
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O Grande ABC ganhou, no ano passado, 21.113 empresas, volume 20% maior do que o de 2010, quando foi registrada a abertura de 17.579 negócios na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo).

Na avaliação do presidente da Jucesp, José Constantino de Bastos Júnior, o "aumento representativo" é reflexo do aquecimento da atividade econômica ocorrido no ano passado. "Passamos por um período bom que incentivou a possibilidade de crescimento dos empresários, que então decidiram abrir negócio próprio ou se formalizar", explica.

Embora 2011 não tenha sido marcado por expressiva expansão da economia, como ocorreu em 2010, houve rescaldo do incremento do emprego e da melhora do poder de compra, principalmente das classes C e D, que continuaram se endividando. Vislumbrando essa oportunidade, muita gente decidiu oferecer seus serviços ou comercializar produtos.

Tanto que, das 21.113 companhias, 91% ou 19.407 são de empreendedores individuais, micro e pequeno porte. Desse total, 63% ou 12.264 são empreendedores individuais, que contribuem com valores reduzidos de INSS (R$ 31,10 mensais), ICMS (para as atividades de indústria e comércio, com R$ 1) e ISS (para as de serviços, com R$ 5).

Assim, essas pessoas que antes trabalhavam na ilegalidade, passaram a ter direito a CNPJ, conta em banco em nome de pessoa jurídica, folhas de cheque, máquina de cartão de crédito, nota fiscal e aposentadoria.

Para ser empreendedor individual é permitido ter no máximo um funcionário e faturar, por ano, R$ 60 mil (em 2011 eram R$ 36 mil, portanto, neste ano a expectativa é que aumentem as formalizações).

Estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam a existência de 194.014 informais no Grande ABC, dos quais, até o fim do ano passado, apenas 10,2% tornaram-se legais.

SETORES - Embora não haja números que mostrem em quais setores foram abertas as 21.113 companhias registradas na Jucesp na região (à exceção dos empreendedores individuais, que apostaram majoritariamente em atividades de venda de vestuário, cabeleireiro e manicure), é possível saber que, pelo porte dessas empresas, a maioria está nos segmentos de comércio e serviços.

"Por conta do investimen- to que uma indústria requer, a maior parte delas se enquadra como de médio ou grande porte", avalia o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado de São Paulo) Rodrigo Ferreira.

Para que uma companhia tenha porte de microempresa, ela tem de faturar até R$ 360 mil por ano (até o ano passado eram R$ 240 mil). Para ser enquadrada como pequena, a receita não deve superar R$ 2,4 milhões.

De fato, dos clientes atendidos pelo Sebrae no Grande ABC, 12% trabalham com comércio de vestuário e acessórios, 8% com construção civil, 7% com tecnologia da informação, 7% com bares, lanchonetes e restaurantes e, 5,6%, com serviços de beleza.

E, de acordo com pesquisa realizada no ano passado sobre a intenção de jovens empreendedores (abaixo de 35 anos), essa tendência não deverá ser alterada. Do total, 9% pretendem trabalhar com venda de roupas, 8% com TI, 8% com bares e restaurantes, 3% com academia e 3% dando aulas de idiomas.

FECHAMENTO - A abertura de negócios no Brasil sempre vai superar o seu fechamento por conta da alta burocracia existente. Tanto que, segundo informações do estudo Doing Business 2012, do Banco Mundial, o tempo para encerrar atividade é 12 vezes superior ao para iniciá-la.

Exceto um empreendedor individual, que normalmente desenvolve trabalho de baixo risco, e consegue executar sua função em no máximo três meses, o prazo médio é de quatro meses para as micro e pequenas empresas. Para decretar sua falência, por outro lado, requer muita paciência e quatro longos anos.




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