Economia Titulo
Greve dos carteiros
já atinge as entregas
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
15/09/2011 | 07:30
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Oitenta e cinco por cento dos 1.500 empregados dos Correios na região estão de braços cruzados desde ontem. A paralisação ocorre nos centros de distribuição e triagem. As agências, por enquanto, seguem funcionando. Mas a greve já atinge serviços da ECT, que suspendeu a entrega de Sedex 10, Hoje e Disque-Coleta, que têm horário marcado. No Grande ABC, o secretário-geral do sindicato Ricardo Adriani disse que pelo menos 23 setores de distribuição reduziram o efetivo; alguns chegam a 100% de paralisação.

Os trabalhadores reivindicam reajuste no piso da categoria, que hoje é de R$ 807, para R$ 1.635. E reclamam da sobrecarga de trabalho. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos da Capital e Grande São Paulo, há um deficit de cerca de 30 mil funcionários.

O sindicalista contou que a negociação com a empresa começou há 42 dias e, sem sucesso, a greve foi deflagrada em assembleia realizada na noite de terça-feira. Ontem, em novo encontro, os trabalhadores decidiram manter a paralisação, que ocorre em 24 Estados.

PROPOSTA - A empresa, por sua vez, ofereceu 13% de reajuste salarial (para R$ 911,90 o piso). Além disso, a ECT se dispôs a pagar R$ 800 em abono, no dia 16. As propostas da empresa foram retiradas após o início da paralisação. A companhia disse que só vai negociar com a volta ao trabalho e com o desconto dos dias parados. A ECT garante que a paralisação só atinge 40% dos profissionais. Diz também que trabalhadores foram remanejados, houve contratação de recursos e realização de horas extras para minimizar o impacto.

"(Hoje) Nada irá funcionar. Mesmo que remanejem, quem trabalha no atendimento não irá exercer da mesma forma outra atividade", garantiu o diretor de formação do sindicato que atua na região, Anderson Lima de Moraes.

IMPACTO - O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, disse que das 35 milhões de encomendas diárias entregues em todo o País, 5,3 milhões não foram enviadas ontem e considera que os serviços devem seguir com atrasos.

 

Paralisação não é motivo para atrasar pagamento de contas

Com a paralisação ou o atraso nas entregas dos Correios, os consumidores devem ficar atentos às datas dos vencimentos de seus boletos. Mesmo que não haja recebimento do papel, os contratos definem que atrasos vão implicar multa. A afirmação é do diretor do Procon de São Caetano, Alexandro Guirão.

Ele destaca que é preciso procurar os fornecedores pedindo formas alternativas para quitar os débitos. Geralmente concessionárias de serviços públicos têm postos de atendimento físicos e emitem segunda via. Nos sites dessas empresas e telefones (geralmente o SAC, encontrado nos boletos antigos) também é possível fazer isso.

Guirão disse que se fornecedores oferecerem resistência, o Procon é opção para buscar alternativas.

A Federação Brasileira de Bancos informou que identificar as datas dos vencimentos e os eventuais pagamentos com previsão de serem pagos durante o período de paralisações ajudará a evitar transtornos.

Além disso, a entidade afirmou que algumas cobranças, por exemplo, via Débito Direto Autorizado - serviço que está disponível desde 2009 -, não requer boletos. O consumidor também pode acessar os sites das instituições para fazer depósitos. A entidade garante que o procedimento eletrônico é totalmente seguro.

 

Bancários protestam atrasando abertura de agência em Sto.André

Os bancários de 25 agências de Santo André prometem atrasar em uma hora a abertura de agências na região central hoje. O objetivo é pressionar os patrões por melhores condições salariais, além de avanço nas pautas sociais. É o que diz o Sindicato dos Bancários do ABC. Amanhã, Mauá será palco de mobilizações, e nos próximos dias o movimento se estenderá para São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires. A agenda  envolverá 84 instituições financeiras.

O ato ocorre porque a proposta de reajustar salários em 12,8%, encaminhada à Federação Nacional dos Bancos em agosto, não recebeu indicação de que será avalizada. Ao contrário, a presidente do sindicato Maria Rita Serrano ressaltou que as cláusulas sociais foram negadas e que há poucas chances de o percentual pedido ser acatado. Por outro lado, patrões disseram que seguem cronograma imposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e que uma proposta global será apresentada no dia 20.

O piso para escriturário é de R$ 1.250 e, para os caixas, de R$ 1.709. O sindicato pede alta para 2.297,51 e R$ 3.101,64, respectivamente.




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