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Turismo religioso no Grande ABC
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
17/09/2009 | 07:00
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O turismo religioso está em alta no País. Em Aparecida, a 188 quilômetros de São Paulo, o número de fiéis que lotam a basílica em datas santas cresce a cada ano, especialmente em 12 de outubro, quando é celebrado o dia da padroeira do Brasil. O mesmo ocorre com os caminhos do Sol, entre Santana de Parnaíba e Águas de São Pedro, e da Fé, que vai de Águas da Prata até Aparecida.

Mas não é preciso ir tão longe nem percorrer centenas de quilômetros a pé para ajoelhar diante de altares seculares. O próprio Grande ABC abriga construções de inestimável valor histórico-religioso. Confira abaixo as principais igrejas de Santo André, São Bernardo e São Caetano de acordo com levantamento feito pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

SANTO ANDRÉ

IGREJA DO CARMO

A igreja, que está no meio de uma praça, tem décadas de história. Todos os dias é visitada pelos que trabalham nos arredores para uma rápida oração, ou pelos que querem um conselho ou um pedaço de pão. Suas raízes estão no desejo manifestado em 1912, pela colônia italiana, de erguer um templo em honra de Nossa Senhora do Carmo. Assim, um terreno foi doado e a pedra fundamental, lançada em 29 de junho de 1919, pelo padre Luiz Capra. Famílias tradicionais fizeram as primeiras doações e 30 contos de réis arrecadados foram suficientes para construir a igreja até o nível do piso. A generosidade da família Queirós dos Santos permitiu o prosseguimento da construção, que consumiu a fortuna de 400 contos de réis. Mais tarde, outras famílias e associações religiosas financiaram as capelas laterais e os vitrais. Os profissionais de medicina e farmácia doaram o mecanismo do relógio da torre, inaugurado no Natal de 1946 e, pelas mãos dos irmãos Bastiglia, as paredes, os altares e a capela-mor receberam a decoração que ficou pronta quando a cidade comemorava seu quarto centenário, em 1954. Em 22 de agosto de 1958, foi feita a Consagração a Deus (Dedicação) da Igreja Catedral, lugar sagrado para o culto divino e celebração dos sacramentos. Por esse motivo, a Festa da Dedicação da Catedral em toda a Diocese é comemorada anualmente a partir desta data.

Endereço: Praça do Carmo, Centro.

Tel.: 4436-7988.

E-mail: secretaria@catedraldocarmo.org.br.

Site: www.catedraldocarmo.org.br.

SÃO BERNARDO

CAPELA DE SÃO BARTOLOMEO

Foi fundada em 1959 por imigrantes italianos provindos da cidade de Chiozza, na Garfagnana, província de Lucca, região da Toscana, na Itália. O grupo, liderado pelo padre Fiorente Elena com integrantes das famílias Guazzelli, Bechelli e Santucci, construiu a igreja dentro do Parque Municipal Estoril, em homenagem ao santo padroeiro de sua cidade de origem. Na capela encontram-se duas urnas de madeira contendo terra trazida dos túmulos dos cemitérios das cidades italianas de Chiozza e Brescia. Dentro do contexto do Parque Estoril, primeiro parque natural da região e que, a partir de 2010, passará por revitalização que o tornará ponto turístico mais qualificado, dentro do eixo Riacho Grande/Represa Billings, a capela recebe todo ano uma das mais tradicionais festas italianas do Grande ABC, a Festa de São Bartolomeo, que acontece anualmente desde 1958. A festa, que ocorre no último fim de semana de agosto (o dia do santo é 24 de agosto), congrega as mais diversas famílias italianas da cidade e de fora dela, num ambiente festivo, com muita música, comida e vinho. Recentemente, a capela passou por pintura geral e o parque recebeu melhorias, que puderam ser vistas na Festa de São Bartolomeo deste ano. O público da festa chegou a 1.600 pessoas. A capela foi tombada pelo Compahc (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural) em 1987.

Endereço: Rua Portugal, 107, Parque Estoril.

SÃO CAETANO

PARÓQUIA SÃO CAETANO

Conhecida popularmente como Matriz Velha, foi inaugurada como templo religioso em 13 de junho de 1908, no bairro Fundação. A história da construção da paróquia remete ao século 17. Tem origem na primitiva capela construída para homenagear o santo São Caetano entre 1717 e 1720. Em 1772, passou por grande reforma e ampliação. A atual construção foi erguida a partir de 1883 pelos imigrantes italianos, que chegaram à cidade em 1877. Os moradores do núcleo colonial mandaram fundir dois sinos - um novo e outro antigo foi refundido - para a igreja. Em 1908, fizeram uma procissão em louvor a Santo Antônio, com a igreja totalmente reformada, mas ainda sem reboco. Apenas uma pequena e rústica cobertura protegia os sinos. Toda a população compareceu ao evento, que tinha um grande arco de bambu para receber os convidados. Em 31 de março de 1924, a igreja foi batizada como Paróquia São Caetano. Na época havia no bairro apenas a igreja, a Indústrias Matarazzo, alguns comércios e casas. Em 1937, a paróquia recebeu pintura no teto colorida com anjos, santos e a cidade com a igreja e as chaminés da Matarazzo ao fundo, produzida pelo artista P. Gentilli - a obra foi restaurada em 1990, por Paulo T. Domingues. Dez anos mais tarde, o altar de madeira trabalhado foi substituído pelo atual, de mármore carrara, devido à ação do tempo e dos cupins. Em 1950, a igreja ganhou uma lápide, com os nomes de 30 fundadores da cidade. Na época quase todos os noivos da cidade casavam-se na Paróquia São Caetano. Nas festas da igreja, havia sorteios de leitões, cabritos e frangos. Em 1965, foi tombada pelo patrimônio arquitetônico histórico municipal, passou por reformas e, em 1976, recebeu a visita do arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes. Em 1992, após escavações arqueológicas realizadas em seu entorno, foi descoberto o piso da capela, de 1777, que está exposto numa vitrine ao lado da igreja. Também foram achados fragmentos de objetos como xícaras, talheres e louças utilizados pelos monges beneditinos que habitaram o local. As peças estavam seis metros abaixo do piso da atual igreja. Hoje, os objetos fazem parte do acervo do Museu Histórico Municipal. Também podem ser observados no museu tijolos de construções anteriores a 1880, o sino da Matriz Velha (fundido em 1883) e histórias de personalidades da época. Outra grande revitalização ocorreu um 1997, com destaque para a colocação de luzes nos beirais da Matriz Velha. Atualmente, a Paróquia São Caetano possui três sinos que tocam meia hora antes das missas e a imagem original de São Caetano Di Thiene, trazida por imigrantes italianos em 1877. A mais tradicional confraternização da cidade é a Festa Italiana, que chegou à 17ª edição neste ano reunindo cerca de 10 mil pessoas por fim de semana.

Endereço: Praça Comendador Ermelino Matarazzo, bairro Fundação.

Telefone: 4221-2746.




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