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Aluguel fica 36% mais caro na região do Grande ABC
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
21/07/2010 | 07:21
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Está mais caro e mais difícil morar de aluguel no Grande ABC. De acordo com dados das imobiliárias da região, a falta de espaços para locação fez com que o tempo de espera para encontrar um imóvel subisse de 30 dias, em abril, para até 60 dias em junho. Os valores também dispararam e estão até 36% mais caro do que o encontrado em abril.

Quem tem preferência por casas ou sobrados enfrenta a maior escassez de ofertas. O bairro escolhido pela família também traz peso extra no valor do aluguel. "Todos os lugares tiveram aumento de preço. Mesmo nos bairros menos nobres não se acha valor menor do que R$ 650 em apartamentos de dois dormitórios", afirma o coordenador de locação de uma imobiliária de São Bernardo, Anteógens Amador.

O aumento na fila de espera - que dobrou nos últimos três meses - acontece, segundo os especialistas, porque não há novos espaços disponíveis na região, apenas a renovação de inquilinos. "Em julho também há aumento na procura por locação por conta das férias escolares. Os pais preferem se mudar nesse período para evitar trocar os filhos de escola antes. Quem tem imóveis para locação não fica mais de uma semana com ele disponível no mercado", atesta Káthia Mazo, gerente de locação de uma empreendedora de São Bernardo.

Para o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) e representante do Secovi-SP(Sindicato da Habitação), Milton Bigucci, faltou investimento para locação no Grande ABC nos últimos anos, o que faz com que o prazo para que a situação se reverta seja maior. "Poucas pessoas construíram para locação e a procura é maior do que a oferta. Já começamos a sentir isso. Com a volta de investidores, essa tendência pode se reverter, mas demora, no mínimo, dois anos."

Para quem já vive de aluguel e apenas renova contrato neste mês, o custo ficou menos salgado: o reajuste foi de 5,17%. "Contrato com aniversário são corrigidos pela IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) e a região utiliza isso, mas o problema é quando esses imóveis são desocupados, os proprietários não aceitam manter o valor e pedem aumentos", avalia o gerente de locação de uma imobiliária de São Caetano, João Pereira Rocha Júnior.

São Paulo - Balanço divulgado ontem pelo Secovi-SP aponta que, nos últimos 12 meses, a alta dos valores locatícios da Capital totaliza 11%. Apesar do constante acréscimo, o aumento médio de junho foi de 0,3%, o mais baixo registrado desde janeiro.

Inquilinos do Grande ABC deixam espaço após um ano de contrato
Mesmo com valores mais altos e dificuldade em encontrar novos espaços, o tempo médio de permanência dos inquilinos em um mesmo local é de apenas um ano na região. A facilidade no financiamento e os preços caros começam a mudar o comportamento dos consumidores da região, que já trocam o aluguel pela parcela da casa própria após 12 meses de contrato.

"Cerca de 80% dos inquilinos fecha contrato por 30 meses, mas pede isenção a partir de um ano, quando procuram financiamento ou se muda para outro local. Isso acontece também pela dificuldade de adaptação", alerta o coordenador de locação Anteógens Amador, o Galêgo, que completa que a busca por crédito imobiliário ainda é novidade.

Quem opta pelo aluguel no Grande ABC também prefere o fiador na hora de fechar contrato. De acordo com as imobiliárias, 70% dos acordos são fechados com base na garantia de alguém próximo à família.

"Os outros 30% se dividem entre seguro aluguel e caução, mas nesses casos têm de se pagar entre 2,5 ou três aluguéis e, no seguro, não se devolve esse valor. Por isso o fiador acaba sendo o mais viável", diz Galêgo.

O prazo para a assinatura do contrato e fiscalização dos documentos demora, em média, uma semana. "Depois o inquilino já pode se mudar, tranquilamente", diz a gerente de locação Kathia Mazo.

Capital - Balanço do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) mostra que fiador foi a modalidade de garantia mais utilizada nos contratos de locação residencial na Capital, sendo a opção de 49% dos imóveis alugados em junho. O depósito (de até três meses) ou caução foi usado em 31% dos contratos e o seguro-fiança, em 20%.




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