Economia Titulo Fornecimento de bancos
Volks tem nova liminar e Keiper retoma vigília
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/08/2016 | 07:10
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A Volkswagen conseguiu ontem à noite nova liminar, junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, permitindo a retirada de seu ferramental das unidades da Keiper Metalls do Brasil, sendo uma delas em Mauá. O imbróglio entre a fabricante de bancos e a montadora dura quase um ano e meio, e envolve problemas no fornecimento de peças e no ajuste de preços.

Na semana passada, após a Volks ter obtido a autorização para retirar seus moldes, a Keiper conseguiu derrubar a decisão no Judiciário. Cerca de 100 dos 400 trabalhadores, que fizeram ‘barricada’ na porta da empresa por três dias, portanto, retomam a vigília, a fim de proteger o ferramental. Ao mesmo tempo, a Keiper informou que, caso a Volks não retome o contrato, de onde provém 85% de seu faturamento, só terá dinheiro para pagar salários até o fim do mês, e não possui recursos para pagar as verbas rescisórias.

Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Adilson Torres, o Sapão, representante da Keiper se comprometeu a conversar hoje pela manhã com os operários. “Vamos pedir garantias.” Ontem, Sapão participou de reunião na Superintendência do Trabalho de São Paulo, com representantes das companhias. “Está complicado. A Volks não quer mediação. E a Keiper segue dizendo que não tem dinheiro. Fomos esperançosos e voltamos decepcionados”, diz Sapão. “O superintendente do trabalho ouviu as partes e vai pedir audiência com o ministro do Trabalho, além de solicitar nova reunião, desta vez envolvendo o Ministério Público.”

Antes de saber da nova decisão do Judiciário, e reafirmando que não retomaria o contrato com a Keiper, a Volks enviou nota dizendo que, “diferentemente da matriz alemã, que chegou hoje a acordo para a retomada de fornecimento de peças pelo Grupo Prevent (ao qual a Keiper pertence), a situação no Brasil é significativamente diferente. Desde março de 2015, quando os problemas de fornecimento por parte do Grupo Prevent tiveram início, foram fechados 11 acordos comerciais, porém, nenhum deles foi cumprido pelo fornecedor. Nem mesmo liminares na Justiça para o restabelecimento das entregas foram cumpridas pelo grupo”.

A montadora alega que a ausência dos ferramentais coloca em risco toda a sua cadeia de fornecimento, composta por 600 empresas, além da rede de 600 concessionárias, que totalizam mais de 100 mil trabalhadores. 




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