A representante do Fundo no Brasil, Rosemary Barber-Madden, diz que o objetivo da ONU é discutir o desenvolvimento dos países. “Se você começa a sua vida já na sombra da exclusão social, qual é a sua chance de atingir um nível de desenvolvimento? Qual é a chance de um país?”
Desigualdades – O relatório mostra que a expectativa de vida para homens nas regiões desenvolvidas é de 79 anos, contra 65 anos nas menos desenvolvidas. As diferenças aparecem na taxa de mortalidade: 8 mortes por mil nascidos vivos contra 61 por mil. Com mais estudo e melhor expectativa de vida, as jovens dos países ricos adiam a maternidade: são 27 nascimentos por mil mulheres entre 15 e 19 anos, taxa que dobra entre as jovens de países pobres.
Metade da população global tem menos de 25 anos. Apesar de grande parte ter acesso à escola, ainda há 57 milhões de rapazes e 96 milhões de moças analfabetos. A maioria dos jovens (87%) vive em países em desenvolvimento repletos de desigualdades sociais. O Fundo constatou que 462 milhões de jovens sobrevivem com menos de US$ 2 por dia e 238 milhões com renda inferior a US$ 1 por dia.
Só a Aids causou a morte dos pais de 13 milhões de crianças com menos de 15 anos. “A previsão é que esse número de órfãos dobre até 2010”, informa Rosemary, considerando a grave situação na África. O Fundo alerta que um jovem é infectado pelo HIV a cada 14 segundos, e metade dos novos casos de HIV está sendo registrado entre as pessoas de 15 a 24 anos. No Brasil, é justamente nessa faixa etária que aparecem mais mulheres contaminadas pelo vírus do que os homens, invertendo o perfil das vítimas.
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