Nem toda armadilha faz mal para os bichos. A armadilha fotográfica, por exemplo, é uma câmera especial usada pelos cientistas para fazer imagens de animais na natureza de modo automático, sem precisar de pessoa para tirar fotos ou gravar vídeos.
A máquina fica dentro de uma caixa de metal camuflada - pintada com cores da vegetação para que não seja notada - e tem sensores eletrônicos que detectam movimento e calor. Quando o bicho passa pela frente do equipamento, o flash e a câmera disparam.
Essa é uma maneira importante de estudar as espécies e entender como vivem sem precisar capturá-las ou mudar a rotina delas. É um jeito de observar como os animais realmente se comportam no habitat natural. Grande parte dos bichos jamais chegaria tão perto de uma câmera que fosse manipulada pelo homem.
A armadilha fotográfica ainda ajuda a comprovar quais espécies vivem em determinada área. Em alguns casos, os cientistas fazem imagens do mesmo local durante vários anos. Assim, conseguem acompanhar o desenvolvimento de filhotes até a fase adulta.
O equipamento não é colocado em qualquer lugar. Precisa ser área usada pelos animais com frequência, como estradas naturais para andar pela mata. Em geral, mais de uma máquina registra a mesma região.
São presas num tronco de árvore com cabo de aço e cadeado para que não sejam roubadas. A instalação também depende das espécies que se deseja estudar; se são pequenas, as câmeras ficam mais próximas do chão, caso sejam as grandes, ficam no alto.
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- As imagens feitas pelas armadilhas fotográficas não precisam ser bonitas, como as que a gente tira em festas. Às vezes, apenas parte do bicho aparece ou a foto sai borrada. As câmeras especiais já ajudaram a comprovar que algumas espécies não tinham desaparecido de determinadas áreas, como se pensava. Em 2008, o ocapi (parente da girafa) foi fotografado na floresta da República Democrática do Congo, África. Fazia 50 anos que o bicho não era clicado lá.
- O Instituto Smithsonian - instituição educacional norte-americana - desenvolveu site para compartilhar mais de 200 mil imagens de animais feitas por armadilhas fotográficas em diversas partes do mundo. Apesar de a página ser em inglês vale a pena dar uma olhadinha para ver espécies flagradas em diferentes países, como girafas no Quênia e onça-pintada no Peru. O endereço é: http://siwild.si.edu
Consultoria de Ivens Domingos, técnico do programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, e Gustavo de Oliveira, biólogo e mestrando em ecologia
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