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Verão traz noites de Sol e expõe contrastes na Rússia
Das Agências
22/08/2001 | 19:18
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A Rússia é um país de contrastes e surpresas. No inverno, as temperaturas chegam a -20° C, o frio congela os rios e o Sol brilha no céu durante apenas duas ou três horas diárias. No verão, a situação melhora e os termômetros marcam, em média, 24° C – algo próximo do simpático calor do inverno carioca.

Em São Petersburgo, principal cidade da Rússia depois da capital Moscou, contempla-se, no verão, as inacreditáveis noites brancas – quando o Sol permanece algumas poucas horas abaixo da linha do horizonte e o céu continua claro, sem que a escuridão chegue, até de manhã. É um espetáculo emocionante.

Para quem pensa em ir à Rússia, este é o momento. Um roteiro básico ao país deve incluir justamente suas duas maiores cidades: Moscou (9 milhões de habitantes) e São Petersburgo (4,6 milhões), que podem ser vistas, sem correria, num espaço de oito a dez dias.

Moscou é maior e mais bem-cuidada. E, apesar de ser sempre associada à sisudez do antigo regime comunista, é mais cosmopolita e animada que São Petersburgo. O coração de Moscou bate na Praça Vermelha, bem no Centro Histórico onde a cidade nasceu mais de 850 anos atrás.

Domina a praça a imponente catedral de São Basílio, erguida em meados do século XVI por ordem do czar Ivan, o Terrível. De acordo com a lenda, Ivan ficou tão satisfeito com o resultado da obra que mandou cegar o arquiteto Postnik Yakovlev, responsável por seu projeto. Era a garantia para o czar de que jamais outra construção tão fantástica seria concebida.

Com suas cúpulas arredondadas e coloridíssimas, a catedral é, por fora, um dos monumentos mais esplendorosos do mundo. Por dentro, deixa a desejar. Tem corredores apertados, é escura e úmida.

Ainda na Praça Vermelha, vale visitar a loja de departamentos GUM, um imponente prédio do fim do século XIX, hoje em parte ocupado por grifes européias como Christian Dior e Armani – todas com preços proibitivos. É difícil encontrar produtos russos de boa qualidade para comprar. As exceções: vodca (as da fábrica Cristal são as melhores) e artesanato.

Na Ulitsa Arbat, longa rua de pedestres, barracas vendem de tudo, de medalhas e uniformes militares da época soviética às tradicionais matryoshkas, aquelas bonecas que são encaixadas umas dentro das outras.

Relíquias – A Praça Vermelha abriga também o mausoléu de Lenin, o líder da Revolução Russa de 1917. Quando morreu em 1924, seu corpo foi embalsamado para a posteridade – e pode ser visto ainda hoje dentro da cripta de vidro. É um tanto macabro, mas também intrigante, já que parece muito um boneco de cera.

Atrás do mausoléu ficam os muros do Kremlin, a sede do governo russo. Foi lá dentro que a cidade começou, há pouco mais de 850 anos. O Kremlin (o nome significa fortaleza) é, na verdade, uma cidadela. Dentro de seus muros, além de prédios administrativos modernos, há igrejas e palácios com séculos de história. Nos seus museus, pode-se ver carruagens antigas, jóias e roupas que pertenceram aos czares e czarinas, além de utensílios antigos e arte sacra.

Moscou, assim como São Petersburgo, é uma cidade privilegiada no capítulo museus. No de Belas Artes Pushkin, fundado em 1898, o destaque é a riquíssima coleção de obras impressionistas e pós-impressionistas. Claude Monet, por exemplo, comparece, entre outras, com duas telas em que retratou a catedral de Roeun.

É curioso que a Galeria Tretyakov, que abriga só arte russa – antiga e moderna –, seja tão bem-conservada. Há uma variedade de artistas russos muito bons, porém pouco conhecidos no Ocidente. Atrapalha a visita o fato de que quase todos os quadros são identificados por placas que trazem apenas textos no alfabeto cirílico.

Locomover-se por Moscou não é uma tarefa difícil. Muitas distâncias podem ser percorridas a pé. Há também o metrô, que não é muito fácil de ser usado, mas um bom mapa ajuda. Algumas estações são muito bonitas, com lustres art déco ou afrescos pintados no teto.

Comer é um pouco mais difícil. São poucos restaurantes e só os turísticos, na Ulitsa Arbat, têm cardápio em inglês. Na hora do aperto, contudo, dá sempre para apelar para um bom sanduíche no Mc Donald’s.

Dicas – É importante sair do Brasil com um pacote fechado: hospedagem, city tour e traslado do aeroporto para o hotel. Aliás, só com reservas de hotel é possível conseguir o visto de entrada – que custa US$ 65.

Parte dos museus cobra uma taxa dos turistas que desejam tirar fotos – em geral US$ 3,50.

Quem entra no país com mais de US$ 1,5 mil deve preencher uma declaração a ser entregue na alfândega. É aconselhável levar os documentos – ou cópia deles – para a rua. A polícia russa está sempre atrás de imigrantes ilegais.

Vale inventar um idioma próprio a partir das semelhanças do alfabeto cirílico com o ocidental. Só assim é possível ler as placas do metrô, por exemplo.

Levar dinheiro vivo é fundamental. Cartões de crédito e cheques de viagem não são aceitos em qualquer lugar. Telefonar para casa custa caro; cerca de US$ 7 por minuto. É dificíl completar ligações a cobrar.




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