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Paul Tergat vence a Sao Silvestre pela 4ª vez
Do Diário do Grande ABC
31/12/1999 | 19:15
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O queniano Paul Tergat, um dos melhores fundistas do mundo, conseguiu nesta sexta-feira a quarta vitória na tradicional Corrida Internacional de Sao Silvestre, igualando a façanha obtida apenas por outros três corredores na história: o belga Gaston Roelants, o colombiano Victor Mora e o equatoriano Rolando Vera. Tergat, campeao de 1995, 1996 e 1998 e vice-campeao de 1997, ratificou o domínio do Quênia na competiçao. Com uma temperatura de 30 graus na largada e chuva na chegada, ele completou os 15 quilômetros da prova, com o tempo de 44min35, ficando longe de seu recorde, de 43min12, estabelecido em 1995.

A grande surpresa da prova foi a excelente atuaçao do brasiliense Marílson Gomes dos Santos, da equipe Funilense/Sao Caetano, que nao estava entre os favoritos. Ele liderou boa parte da corrida e terminou na quarta colocaçao, garantindo um lugar no pódio, um carro como prêmio dos organizadores e o reconhecimento do público, que o aplaudiu bastante e o incentivou na subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. "Se nao fosse o apoio dos torcedores, talvez nao tivesse chegado tao bem", disse o atleta de 22 anos, bicampeao mundial de meia maratona. "A expectativa era de ficar entre os dez primeiros e foi muito bom chegar entre os cinco."

Treinado pelo bicampeao pan-americano Adauto Domingos, Marílson sentiu dificuldades em acompanhar o ritmo dos quenianos. "É muito difícil segurar o ritmo deles", disse o fundista, que disputará uma prova de meia maratona no Japao, em janeiro. "Fiquei nervoso com a corrida deles e, por isso, nao deu para obter uma colocaçao melhor ainda."

Emocionado com o desempenho, ele ofereceu o seu lugar no pódio para a populaçao de Ceilândia e de Brasília. Além de Marílson, que participou pela segunda vez da Sao Silvestre, outros dois brasileiros ficaram entre os dez mais bem colocados da prova: Daniel Lopes e Vanderlei Cordeiro de Lima ficaram em sexto e em sétimo lugares, respectivamente.

Dificuldades - Mesmo ficando longe de seu melhor tempo na prova, Paul Tergat garantiu que a vitória desta sexta-feira foi a mais difícil na competiçao. Embora o calor tenha diminuído no decorrer da prova, ele disse ter encontrado problemas para impor o seu ritmo. "A prova nao foi tao veloz como gostaria e decidi esperar um pouco para definir a tática para os últimos quilômetros", comentou o queniano, que agradeceu o apoio dos torcedores antes de subir no pódio armado na Avenida Paulista. "Resolvi atacar somente na subida da Brigadeiro."

O fundista queniano, que tem o segundo melhor tempo do mundo nos 10.000 metros, segundo o ranking oficial da Federaçao Internacional de Atletismo (IAAF), promete voltar para a corrida de 2000. Ele prefere, porém, nao prometer o recorde de vitórias na competiçao. "Depois de uma prova difícil como esta, nao posso falar de novas vitórias", afirmou. "Posso dizer apenas que quero participar mais vezes da corrida."

Paul Tergat, muito simpático, ofereceu o primeiro lugar para a sua filha, nascida no dia de Natal.

A corrida tática de Tergat foi perfeita. Ele ficou sempre entre os integrantes do pelotao da frente e nao se importou com os ataques de Marílson, do etíope Tesfaye Tola, segundo colocado ou de seu compatriota William Kiplagat, que ficou em terceiro lugar. Outro corredor que chegou a liderar a prova foi Simon Rono, também do Quênia, que acabou na nona colocaçao.

Para sorte dos organizadores, um forte temporal caiu na regiao da Avenida Paulista apenas depois da premiaçao.




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