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Após ataque, Abbas se reúne com grupos radicais palestinos
Do Diário OnLine
Com AFP
15/11/2004 | 20:33
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Um dia após escapar ileso de um tiroteio em Gaza, o novo líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e candidato favorito nas eleições para a presidência da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmud Abbas (Abu Mazen), se reuniu nesta segunda-feira com representantes dos serviços de segurança e de grupos armados palestinos para tentar negociar as bases de um cessar-fogo e de uma transição governamental pacífica.

Os grupo armados desaprovam o discurso mais moderado de Abbas e as boas ligações que ele mantém com Israel e Estados Unidos, e por isso os dirigentes palestinos insistem nos contatos entre eles — a fim de que se consiga um processo tranqüilo de transição de governo, após a morte do líder Yasser Arafat.

Segundo integrantes do Hamas — um dos grupos armados que participam das negociações —, "a formação de um governo unificado, a reconstrução das casas palestinas e o debate sobre a necessidade da luta armada para enfrentar a ocupação israelense" foram os temas centrais da reunião desta segunda-feira, em Gaza. Abbas também conversou com membros da Jihad Islâmica, FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina) e das tendências mais radicais do Fatah, movimento fundado por Arafat.

Mahmud Abbas foi eleito sucessor de Yasser Arafat como dirigente da OLP um dia depois da morte do líder palestino, na última quinta-feira. Ele também é o candidato não oficial do Fatah às eleições presidenciais, o que o transforma no atual homem mais poderoso dos territórios palestinos.

Tais mudanças, porém, não foram bem recebidas por todos os cidadãos, principalmente pelos mais fiéis a Arafat. De acordo com o analista israelense Danny Rubinstein, a impressão que prevalece entre os palestinos é de que "os que foram adversários de Arafat o estão substituindo, provocando respostas violentas em Gaza e na Cisjordânia".

Assim se explica o confronto registrado no domingo em Gaza, onde Abbas foi encurralado em um tiroteio quando chegava para receber mensagens de condolências pela morte de Arafat e para se reunir com diversos grupos palestinos, incluindo os mais radicais. Dois guardas morreram no confronto.

Abbas, 69 anos, foi o primeiro-ministro de Arafat de 2002 a 2003. Entretanto, os dois nunca conseguiram se entender, principalmente pelo fato de Abbas manter relações privilegiadas com os Estados Unidos e ser um interlocutor válido para Israel.




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