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Situação da Petrobrás na Bolívia agrava relação entre os dois países
Da AFP
08/05/2007 | 17:29
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A decisão do governo boliviano de monopolizar a exportação de petróleo reconstituído e gasolinas brancas realizada pelas refinarias da Petrobras agravou a relação da Bolívia com o Brasil.

Após a enérgica reação das autoridades brasileiras à medida, o presidente Evo Morales tentou amenizar a tensão nesta terça-feira, em tom conciliador, mas não escondeu que há divergências entre as visões dos dois países sobre a questão.

Em entrevista à imprensa em La Paz, Morales disse que a decisão adotada domingo de assumir as exportações é uma prerrogativa "soberana do Estado e do povo bolivianos" que não acarretará "problemas" entre La Paz e Brasília.

O governo brasileiro queixou-se da decisão, alegando que isso vai tirar da Petrobras uma fonte de renda de mais de US$ 70 milhões por ano. A relação entre os dois países já era tensa, desde que a Bolívia anunciou que compraria as duas refinarias da Petrobras por muito menos que o solicitado pela empresa brasileira.

"Nossa equipe técnica está analisado a proposta da Petrobras, mas não vamos negociar através da imprensa", afirmou Morales. Segundo o governo boliviano, estas decisões são destinadas a devolver ao Estado o controle de toda a rede produtiva de hidrocarbonetos (petróleo e gás).

"Com esta medida, a Bolívia receberá US$ 194 mil por dia, 5,8 milhões por mês e US$ 70 milhões anuais como renda extra", disse nesta segunda-feira o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.

"O decreto de Morales significa recuperar um excedente econômico, mas por aqui não houve expropriação, não houve confisco e as refinarias continuam nas mãos da Petrobras, estamos negociando", sustentou Villegas.

As duas refinarias da Petrobras em questão processam em média 40 mil barris diários de petróleo e suprem toda a demanda interna de gasolina do país, mais 70% de sua demanda de diesel.

A companhia de petróleo afirmou em comunicado divulgado segunda-feira que "caso não chegue a um acordo, recorrerá a todas as instâncias judiciais adequadas para preservar os direitos de seus acionistas".

Villegas se recusou a especificar os termos de uma proposta boliviana enviada à Petrobras, embora diversas fontes afirmem que ela é bem menor do que o solicitado pela empresa brasileira.




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