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Câmara debaterá o comércio na própria sede
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande
02/04/2011 | 07:37
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Após flagra do Diário, que denunciou a venda de planos funerários dentro da Câmara, vereadores de Mauá cogitam fazer reunião na terça-feira para rever a abertura da Casa para a realização de vários tipos de negócios.

A ideia partiu de Luiz Alfredo Simão (PSB), que antecipou que solicitará a suspensão dos trabalhos durante a sessão de terça-feira para discutir o assunto. "A Câmara é casa de leis e que, portanto, precisa manter a postura. Do jeito que está, parece que a Câmara tem dono, que diz o que pode ou não fazer. Não é assim."

A declaração do socialista atinge o diretor-geral do Legislativo, Clériston Alves Teixeira. Em reportagem publicada pelo Diário ontem, ele admitiu que autoriza a venda de consórcios, seguros e viagens no interior do local. Tudo sem licitação ou convênio das empresas com a Câmara.

O caso veio à tona com os plantões da Ossel Assistência Funerária. Representantes da empresa ocuparam uma sala do Legislativo na quarta e na quinta-feira para divulgar e vender os serviços a funcionários da Casa. Ontem, último dia previsto para o plantão, ninguém da companhia apareceu.

 

IRONIAS

Enquanto o entra e sai de vendedores na Câmara não termina, a situação é debatida em tom de críticas irônicas por alguns parlamentares. Manoel Lopes (DEM) diz não enxergar imoralidade nas visitas de representantes comerciais serem realizadas mediante prévio agendamento da diretoria administrativa, desde que a abertura seja para todos que queiram apresentar seus produtos.

Por outro lado, o democrata atenta que a falta de regulamentação pode atrapalhar os trabalhos de vereadores e assessores. "O que não pode é virar feira, aparecendo gente para vender linguiça, calcinha e limão tudo no mesmo dia. A continuar deste jeito, daqui a pouco vai ter show de strip-tease no plenário."

Simão também fez comparação satírica. "Temos de separar, ver o que é ilegal ou imoral e brecar. Se não vão querer fazer feirão do automóvel no estacionamento."

Em discordância do Departamento Jurídico da Câmara, o vereador Silvar Silva Silveira (PV), que é jurista, reforça, conforme o noticiado pelo Diário, que a venda de produtos é ilegal. "A Câmara é um espaço público, eu e você podemos entrar, mas utilizar este espaço para vendas, sem licitação, é complicado."

O verde ressalta que não presenciou o comércio de planos funerários, consórcios, seguros ou viagens. "Mas já vi gente vendendo pamonha. E isso ocorre de longa data."

Pastor Altino Moreira (PRB) também afirma que só presenciou venda de doces. "Como vereador, não vejo problema em um pai de família vender balas nos gabinetes. Em outras situações, cabe à direção regulamentar."




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