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SP: fiado movimenta 1,5% das vendas dos supermercados
06/05/2004 | 23:43
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Quem pensa que as cadernetas para registro das compras foram banidas há anos do comércio está enganado. Esta modalidade de pagamento ainda persiste em pequenos varejos até mesmo na capital paulista. Segundo levantamento feito pelo professor Nelson Barrizzelli, da Faculdade de Economia e Administração da USP em parceria com a Apas (Associação Paulista de Supermercados), cerca de 1,5% do movimento registrado pelo setor de supermercados do Estado de São Paulo passa pelo popular fiado. É uma cifra que bate os R$ 525 milhões.

Transportando os dados para o resto do país, o porcentual deve ser bem maior, pois a tendência é de que nas regiões mais remotas essa forma de pagamento seja ainda mais comum. Portanto, em âmbito nacional, o volume possivelmente supera R$ 1,3 bilhão, considerando o faturamento total dos supermercados de R$ 87 bilhões em 2003.

A participação das cadernetas, que foram freqüentes até a década de 70, prossegue na era dos cartões em razão do agravamento da crise econômica e da expansão da informalidade, tanto do varejo como dos consumidores, avaliam profissionais do setor. Os estabelecimentos irregulares têm mais dificuldade de trabalhar com os vários meios de pagamento e os clientes necessitam do crédito informal para consumir. 'Muitos não possuem comprovação de renda nem têm ganhos regulares', justifica o presidente da Apas, Sussumu Honda.

O fiado voltou a ganhar importância também por causa da migração verificada nos dois últimos anos dos consumidores para lojas menores, em que mais se encontra o fiado. Em 2003, enquanto as 20 maiores redes do país perderam 2,9% de suas vendas, os supermercados com faturamento inferior a R$ 300 milhões venderam 0,4% mais do que no ano anterior. Mesmo assim, não se pode dizer que as cadernetas estão restritas apenas aos estabelecimentos menores, pois a pesquisa da Apas abrangeu 47 das 100 maiores empresas de auto-serviço do Estado.




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