Transportando os dados para o resto do país, o porcentual deve ser bem maior, pois a tendência é de que nas regiões mais remotas essa forma de pagamento seja ainda mais comum. Portanto, em âmbito nacional, o volume possivelmente supera R$ 1,3 bilhão, considerando o faturamento total dos supermercados de R$ 87 bilhões em 2003.
A participação das cadernetas, que foram freqüentes até a década de 70, prossegue na era dos cartões em razão do agravamento da crise econômica e da expansão da informalidade, tanto do varejo como dos consumidores, avaliam profissionais do setor. Os estabelecimentos irregulares têm mais dificuldade de trabalhar com os vários meios de pagamento e os clientes necessitam do crédito informal para consumir. 'Muitos não possuem comprovação de renda nem têm ganhos regulares', justifica o presidente da Apas, Sussumu Honda.
O fiado voltou a ganhar importância também por causa da migração verificada nos dois últimos anos dos consumidores para lojas menores, em que mais se encontra o fiado. Em 2003, enquanto as 20 maiores redes do país perderam 2,9% de suas vendas, os supermercados com faturamento inferior a R$ 300 milhões venderam 0,4% mais do que no ano anterior. Mesmo assim, não se pode dizer que as cadernetas estão restritas apenas aos estabelecimentos menores, pois a pesquisa da Apas abrangeu 47 das 100 maiores empresas de auto-serviço do Estado.
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