Uma decisão do TCE (Tribunal de Contas do Estado) pode mudar as peças do tabuleiro que definirá a sucessão do prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), em 2008.

O órgão voltou a rejeitar por unanimidade as contas de 2004 do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), pré-candidato da legenda para a disputa do ano que vem. As contas já haviam sido rejeitadas em julho do ano passado. A nova decisão foi publicada na quarta-feira no Diário Oficial do Estado.

Agora, quem vai decidir o futuro político de Oswaldo Dias é a Câmara. Se os vereadores mantiverem o parecer dos conselheiros do TCE, o petista ficará inelegível e, portanto, fora do páreo. Ainda não há data para que o documento chegue às mãos dos parlamentares de Mauá.

O fato é que interessaria a todos os partidos ter o ex-prefeito distante da eleição municipal. Isso inclui até mesmo o PT, já que há disputa interna para decidir quem será o indicado da legenda para o pleito. Sem Oswaldo, restariam três pré-candidatos petistas: o ex-vice-prefeito Márcio Chaves e os vereadores Rogério Moreira Santana e Paulo Eugênio Pereira.

Dos 17 parlamentares da Casa, 13 compõem a base de sustentação de Leonel Damo, que já anunciou que disputará a reeleição. O PT tem apenas três. Com isso, dificilmente as contas do ex-prefeito serão aprovadas.

No ano passado, Oswaldo Dias obteve 84,4 mil votos para deputado federal e ficou com a segunda suplência da coligação. Mesmo não sendo eleito, a votação o colocou como favorito na bolsa de apostas petista.

Oswaldo disse que pretende conversar com os vereadores para tentar convencê-los que não cometeu irregularidades em sua gestão. “Vou falar com todos eles. Mas convencer é outra história.”

Mesmo que tenha as contas rejeitadas, o petista não acredita que estará automaticamente inelegível. “Tem muita gente que teve as contas rejeitadas e disputou eleição. Essas coisas demoram.”

O vereador Diniz Lopes (PR) – que será candidato a prefeito – garante que fará uma análise técnica. “Não vou usar da política para julgá-lo. Faz julgamento político quem tiver medo dele, como o grupo do Leonel. Eu não tenho.”

O presidente da Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), também assegura que seu posicionamento não será político. “Vou analisar primeiro antes de dar meu voto. Tenho um bom relacionamento com o Oswaldo, mas isso não me tira o direito de votar com o TCE. Vou esperar o documento.”