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Diversão de estar encarcerado

Resolução de enigmas e imersão em histórias são os diferenciais dos ‘escape games’

Luís Felipe Soares
21/08/2016 | 07:04
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Correr contra o tempo e botar a cabeça para desvendar mistérios parecem coisas de filmes de aventura. Mas esse tipo de experiência já ganhou forma, ou melhor, salas que começam a cimentar seu caminho entre os brasileiros. Já conhecidos na Ásia, Europa e Estados Unidos, jogos que prendem as pessoas durante uma hora e as obrigam a buscar a maneira de sair do local podem parecer um tanto quanto macabros, mas acabam se revelando como opções de entretenimento.

Conhecidas como ‘salas escape’, essas atrações chegaram ao Brasil nos últimos anos e concorrem com cinema, teatro e shows pela atenção do público. A ideia é direta: você entra em uma sala recheada de mistérios e é preciso desvendar série de enigmas para sair. O relógio marca 60 minutos e vence quem encontrar a maneira de abrir a porta antes de uma hora. Chaves escondidas, cadeados codificados, jogos de lógica e enigmas escritos fazem parte dos elementos. Claro que a porta será aberta ao fim do cronômetro, com todos os desafios cumpridos ou não.

“Fiquei sabendo por meio de um site de tecnologia e havia uma reportagem. Achei a ideia interessante e fui atrás. Quando era menor, brincava com esse tipo de jogo no computador e trazer essa experiência para vida real é incrível”, comenta Nathan Viveiros Viana, 19 anos. O estudante de música já esteve em duas casas ‘escape’ e acredita que o costume virá conforme a diversão for comprovada no primeiro contato.

Segundo Rodrigo Matrone, sócio-fundador do Puzzle Room, que tem uma das unidades em Santo André (Avenida Prestes Maia, 459. Tel.: 95339-3737), a expectativa é que, até o meio de 2017, mais da metade das pessoas da região já conheçam ou tenham ouvido falar desse tipo de atração. “É um mercado em processo, ainda para a galera perceber que pode ser um investimento de diversão. O segmento ainda é tímido, com 80% do público ainda não sabendo exatamente do que se trata.”

BRINCADEIRA TEMÁTICA

Os temas das salas são diversificados. É possível se ver no corredor da morte de uma prisão, metido em meio ao resgate de um valioso quadro roubado, sendo convidado para um mortal jantar ou entrar na misteriosa história do Professor Kowalski (contada em três ambientes, um deles a ser aberto até o fim do ano no Grande ABC).

“As salas são muito bem pensadas, cheias de códigos e pistas. Fazemos a produção como se fosse um filme para, realmente, colocar as pessoas dentro da história. O grande negócio é imergir ao máximo no jogo”, explica Joanna Cougo Duarte, proprietária do Escape 60’ Santo André (Rua das Figueiras, 1.389. Tel.: 2896-7708). “Acompanhamos indicadores sobre a ocupação das salas. Queremos sempre trocar os temas, pelo menos todos os anos. A inovação é essencial.”

Os fins de semana contam com horários bem concorridos, sendo que é necessário fazer reserva por telefone ou pela internet. A brincadeira que pode chegar a uma hora custa entre R$ 70 e R$ 80 por pessoa. O número mínimo é entre dois e quatro participantes, com espaços podendo receber até 16 jogadores de uma só vez.

Tudo parece meio maluco quando se tenta explicar e é preciso realmente pagar para ficar preso para tentar compreender como isso pode entreter. “O engraçado é que, logo depois de jogar, principalmente quando fui pela primeira vez, tudo o que eu via em qualquer lugar era um código ou tinha uma mensagem escondida. Ficava prestando atenção em tudo. Antes de conhecer realmente achava pouco interessante, mas só quem joga sabe o quanto é legal”, diz Janaina de Sousa Santos, 19, revelando que ainda busca outros mistérios a desvendar. 




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