Economia Titulo Trabalho
Emprego formal
despenca na região

Em janeiro, saldo ficou negativo em 1.342 vagas; contudo,
no mesmo mês do ano passado montante chegou a 2.232

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/02/2012 | 07:30
Compartilhar notícia


O ano começou com a drástica queda na geração de emprego no Grande ABC. Em janeiro, o saldo ficou negativo em 1.342 postos de trabalho. Para se ter ideia, no mesmo mês do ano passado o montante era de 2.232 vagas, diferença de 3.574 oportunidades.

O mau resultado foi impulsionado principalmente pela indústria, que normalmente nesse mês reinicia seu processo de contratação, após pausa no último trimestre do ano, o que não aconteceu. O setor amargou saldo negativo de 363 postos, enquanto que nos anos anteriores, o período era marcado por números expressivos - à exceção de 2009, auge da crise financeira. Em janeiro do ano passado foram 1.168 vagas, em 2010, 1.927 e, em 2008, 2.089.

No entanto, conforme ressalta Dalmir Ribeiro, diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André, o saldo negativo de vagas da indústria foi reduzido de dezembro para janeiro, de -2.320 para -363. "O setor foi o que mais sofreu com as medidas macroprudenciais determinadas pelo governo federal no início do ano passado. Os reflexos dessas decisões demoraram a se manifestar, mas vieram com força", afirma.

Ribeiro se refere ao pacote de ações tomadas para combater a alta inflação gerada pelo forte crescimento da economia em 2010. São exemplos: elevação da taxa básica de juros (que em agosto chegou ao seu auge, com 12,5% ao ano); aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que, inclusive, passou a valer para as compras realizadas no Exterior em cartões de crédito; represamento de financiamentos, que ficaram mais seletivos, caros e com menor número de parcelas.

"Os juros altos são muito cruéis à indústria, principalmente porque as opções do mercado financeiro ficam mais atrativas do que investir em empresas. Além disso, os empréstimos encareceram, o que reduziu o investimento."

Soma-se ao cenário o fato de terem se formado grandes estoques no setor, que ainda pena para desová-los. Enquanto essa situação não é resolvida, as encomendas de peças e componentes desaparecem, o desemprego aumenta e as contratações previstas para o início do ano são postergadas.

No Grande ABC o peso da indústria é muito maior do que o do Estado de São Paulo, por exemplo. A economia da região depende em 49% do setor. No Estado, apenas 32%.

Os serviços também deixaram a desejar. Como boa parte do segmento está atrelada ao desempenho industrial, como tecnologia da informação, marketing, contabilidade, jurídico, segurança e limpeza, se um vai mal, o outro demora um pouco mais e começa a sentir. O saldo foi de 47 postos, sendo que em 2010 foram 1.791.

Quanto ao comércio, janeiro é tradicionalmente marcado pela dispensa do setor, que desliga boa parte dos funcionários temporários. O saldo ficou negativo em 668 postos, contra -738 em 2011. Ou seja, houve maior absorção de mão de obra neste ano.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;