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Duhalde diz que Argentina pagará dívida quando for conveniente
Da AFP
26/09/2002 | 20:50
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"A Argentina vai fazer o que lhe for conveniente no momento adequado" para pagar os vencimentos de sua dívida, afirmou nesta quinta-feira, em Brasília, o presidente argentino, Eduardo Duhalde.

"Não é que Argentina não queira pagar, mas para pagar não apenas os organismos financeiros, mas também os credores internacionais, têm que nos ajudar a crescer", acrescentou o presidente em entrevista à imprensa, pouco antes de partir a Buenos Aires. "Passo a passo iremos tomando as decisões que nos caibam" em relação ao pagamento da dívida, declarou.

Visivelmente irritado, Duhalde disse que as reservas argentinas são insuficientes para enfrentar os vencimentos do débito no próximo ano.

"Se fizermos isso (recorrer às reservas para pagar a dívida) não cresceríamos e não daríamos o próximo passo", explicou Duhalde. Ele ainda lembrou que, "sem nenhuma ajuda", o governo argentino pagou mais de US$ 10 bilhões aos organismos este ano.

O endividamento argentino, recalculado no dia 31 de março passado, chega a US$ 103 bilhões, dos quais US$ 50 bilhões consolidados em títulos públicos que circulam no mercado, afetado pela moratória decidida em dezembro passado.

Até as eleições de 30 de março de 2003, os vencimentos da dívida argentina cresceram a US$ 6,532 bilhões, impossíveis de serem pagos por meios próprios se for levado em consideração o fato de as reservas do Banco Central estarem apenas abaixo dos US$ 9,5 bilhões. Buenos Aires negocia apoio com o FMI para poder honrar seus compromissos, mas o acordo se faz esperar.

"Nós, argentinos, vamos sair disso, com ou sem acordo", disse Duhalde. No entanto, ele afirmou que é "melhor" alcançar um acordo com o FMI, porque "pouparia dificuldades" ao povo argentino.

Como presidente da transição, ele disse querer tentar também deixar caminho livre para o próximo presidente que sairá das eleições de março.

"Voltar a nos integrar à comunidade internacional, romper este isolamento é uma tarefa que eu mesmo devo concluir", afirmou Duhalde.




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