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Kohl depoe sobre financiamento de campanhas na Alemanha
Do Diário do Grande ABC
29/06/2000 | 15:16
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O ex-chanceler alemao Helmut Kohl depôs nesta quinta-feira à comissao de investigaçao parlamentar sobre o financiamento de campanhas do seu partido, a Uniao Crista-Democrata.

O depoimento nao trouxe nenhuma novidade: Kohl, que dirigiu o CDU por 25 anos, negou as acusaçoes de ter financiado sua campanha com a venda da refinaria Leuna, de ter alimentado o caixa dois do partido e de ter ordenado a destruiçao de arquivos da presidência ao deixar o poder, em outubro de 1998. O ex-governante, assessorado pelo seu advogado, invocou seu direito ao silêncio e nao quis explicar as escandalosas denúncias que aparecem regularmente na imprensa.

Kohl disse nunca ter afirmado de que haviam sido destruídos documentos da presidência e se recusou a nomear os doadores que levaram 2 milhoes de marcos ao caixa dois do partido. Ele reiterou que tinha dado sua palavra, uma ``palavra de honra', aos doadores. O presidente da comissao, Volker Neumman, replicou que o ex-governante devia também uma palavra de honra à sociedade. Kohl respondeu: ``cometi um erro nesse caso, mas nao violei a Constituiçao'.

O ex-chanceler se defendeu também dizendo que esses 2 milhoes de marcos representavam ``menos de 0,5% do dinheiro movimentado pelo partido', e perguntou aos investigadores se nao viam ``o absurdo das suspeitas de corrupçao'.

Kohl parece disposto a convencer os parlamentares e os eleitores alemaes de que esse caso nao é mais do que um acúmulo ``de calúnias, falsidades e fatos distorcidos', e só pretende ``criminalizar' sua pessoa e ``arrastar na lama 16 anos de êxito da Alemanha'.

Para lembrar aos parlamentares quem eles interrogavam, Kohl começou fazendo um discurso de mais de uma hora, negando as acusaçoes ponto por ponto, explicando seu trabalho a frente do país e lembrando o muito que lhe deve a Alemanha reunificada. Apesar de estar no banco dos reús, encurralou seus interlocutores, cortou-lhes a palavra e dispensou a pausa de uma hora para almoço.

O ex-governante chegou até a criticar a comissao porque demorou sete meses para ouvi-lo e nao lhe deu antes a oportunidade de defender-se. O depoimento dele será retomado na próxima quinta-feira.




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