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Pleito do Sindserv de São Bernardo é cancelado pela terceira vez

Responsável pela condução do processo eleitoral, MP anulou votação depois de registrar fraudes

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
19/08/2016 | 07:00
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Pela terceira vez em menos de um ano foi anulada a eleição para a presidência do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo. O novo cancelamento ocorreu ontem, durante o segundo e definitivo dia de votação, a pedido do MPT (Ministério Público do Trabalho), responsável pela condução do processo eleitoral. O órgão registrou em ata inúmeros problemas, como fraudes e coação em locais de votação. Não foi estabelecida nova data do pleito, que colocou frente a frente a chapa um, do atual presidente, Giovani Chagas, candidato à reeleição, e a chapa dois, liderada pelo opositor Marcelo Siqueira.

Desde setembro, os rivais travam duelo para tentar chegar ao comando do Sindserv. Na ocasião, Siqueira superou Chagas. O resultado foi questionado dias depois por Chagas, que denunciou fraude na lista de votantes. A comissão eleitoral, formada por maioria ligada à atual direção, acatou a representação. A segunda eleição foi feita em novembro e terminou com vitória da situação. A oposição denunciou desaparecimento de uma das urnas de votação. O caso foi parar na polícia. A comissão, contudo, homologou a vitória de Chagas, que permanece no cargo. Foi iniciada uma batalha jurídica entre os concorrentes, encerrada somente no mês passado, após intervenção do MPT. O órgão decidiu arbitrar o processo e estabeleceu novas regras.

No documento emitido ontem pelo MPT foi esclarecido que anulação partiu “após muitos problemas surgirem no início da coleta de votos”, detalhando entre os mais graves que ocorreram “fraudes na identificação de eleitores, pessoas votando com documento falso, inclusive em substituição aos reais titulares do voto” e que “também existiam algumas pessoas portando armas de fogo”.

Atual presidente e na disputa pela reeleição, Chagas criticou o MPT pela decisão. Acusou o órgão de “desigualdade” na apuração dos fatos. “Teve muita coisa desigual que partiu da arbitragem. Principalmente porque, nos relatos de fraudes, eles acabaram ouvindo somente pessoas ligadas à chapa dois. Se foi detectado isso no decorrer do processo de votação por que não nos chamaram para auxiliarmos? Poderíamos ter identificado”, pontuou Chagas.

Procurado pela equipe do Diário, o líder da candidatura oposicionista, Marcelo Siqueira, não foi localizado para comentar o episódio. 




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