Os sem-teto da comunidade Chico Mendes conseguiram obter prazo de 30 dias, a vencer no dia 7 de março, para continuar ocupando um terreno de 80 mil metros quadrados, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Em atendimento ao pedido do Ministério Público, a juíza Daniela Cláudia Herrera Ximenes, da 2ª Vara Cível daquele município, concordou em adiar a ação de despejo que está em processo desde o início de janeiro.

Na segunda-feira, representantes dos governos estadual e municipal discutiram formas de auxílio aos sem-teto considerados mais necessitados e que somam cerca de 250 famílias de um total aproximado de 860. As famílias vivem no acampamento há mais de quatro meses. No entanto, segundo o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos, por enquanto, "não houve avanços na busca de solução para os problemas mais urgentes de moradia".

Boulos considerou insuficiente a oferta apresentada pela Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social em que seriam repassados recursos de dois programas estaduais: o de renda mínima, que prevê o pagamento de R$ 60 por família, e o de Ação Jovem (pagamento de R$ 60 a cada jovem na faixa de 15 a 24 anos).

O coordenador do MTST disse que o governo estadual poderia aumentar mais a ajuda assistencial e ressaltou que, por isso, "o movimento vai insistir nessa direção". A prefeitura de Taboão da Serra manteve a oferta de 100 bolsas-aluguel e o governo federal já contribuiu com a o projeto de construção de casas com recursos da Caixa Econômica Federal. "Esse projeto ainda está na fase de prospecção de área a ser vendida para a Caixa, e cabe ao movimento escolher o local", esclareceu Boulos.