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Grupos trabalham para se firmar como partidos
Tatiane Conceição
Do Diário OnLine
21/08/2009 | 07:00
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Reprodução


Muitos imaginam que o cenário eleitoral é formado apenas por partidos com estrutura consolidada há décadas. No entanto, novas forças surgem no cenário político. Duas das áreas de atuação mais recentes são Meio Ambiente e Tecnologia, bandeiras do PEN (Partido Ecológico Nacional) e do Partido Pirata, respectivamente.

Ambas as legendas ainda não podem ser consideradas oficialmente partidos pois estão colhendo assinaturas para formalizar o registro junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Representantes destas siglas, que atuam no Grande ABC, contam qual a proposta destes grupos.

Piratas - O Partido Pirata nasceu com uma proposta diferente, segundo Leandro Chemalle, 30 anos, analista de TI na UFABC (Universidade Federal do ABC). Para ele, os piratas consideram-se, na verdade, "um coletivo em processo de formação".

"A tendência é que o partido não se organize pela divisão tradicional, de diretórios", afirmou Chamalle, que declarou conhecer cerca de dez integrantes que moram ou trabalham no Grande ABC.

As discussões no partido, feitas primordialmente por meio da internet, são realizadas em nível nacional e até internacional de acordo com o jovem, também estudante de Sistemas da Informação pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), na modalidade de ensino a distância.

Na Europa, o Partido Pirata já conseguiu eleger neste ano três representantes no Parlamento Europeu (um deputado pela Alemanha e outros dois pela Suécia). Neste último país, os piratas são a terceira maior força política, considerando-se o número de filiados.

A sigla atua globalmente pela reforma nas leis de propriedade intelectual e, no Brasil, uma das principais bandeiras é a defesa do software livre. Outra frente é a realização de campanhas on-line contra o projeto sobre crimes digitais, o substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao projeto de lei da Câmara (PLC 84/99).

Até por ser organizado no mundo virtual a legenda luta, junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que o registro partidário não seja feito somente por meio de assinaturas em papel, e sim via um sistema de assinaturas eletrônicas, que poderia ser gerenciado pelo próprio tribunal.

O grupo consegue a maior parte de sua renda por meio da venda de materiais como camisetas e bottons. No futuro, está prevista a adoção de um sistema on-line de doações, segundo o analista.

Antes de fazer parte do Partido Pirata, Chemalle atuava junto à área política, tendo sido o 1º diretor de Inclusão Digital da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Ecológicos - Pedro Nelson Roesler, 60 anos, morador de São Bernardo, também não pode ser considerado um novato. Ele é professor na área de Saúde nas universidades Uniesp e Unicid e trabalha, há aproximadamente 20 anos, no planejamento de campanha de diversos candidatos. Ele próprio é suplente de deputado federal pelo PMDB.

Atraído pela proposta do PEN (Partido Ecológico Nacional), exposta no site da legenda, ele entrou em contato e foi nomeado Secretário de Relações Internacionais da sigla.

O professor informou que já realizou contatos com colegas de partidos de outros países, especialmente na região do Mercosul, aproveitando o fato de já ter vivido no exterior.

O integrante do PEN revelou ainda que o partido possui uma indicada para ser a presidente do futuro diretório de São Bernardo: a secretária Marlene Dezunte, que foi candidata a vereadora pelo PR na cidade, segundo o professor. Marlene, que se desfiliou de seu antigo partido, é diretora da ONG Centro Marpe de Desenvolvimento, da qual Roesler é o presidente.

Qual a bandeira principal do partido? "O objetivo do PEN é trabalhar o desenvolvimento sustentável, com a participação do munícipe", declarou Roesler. Para atingir este objetivo, o professor garante que haverá muito trabalho pela frente. "Não quero que o PEN seja um partido de gaveta, aquele que só aparece em período de eleição", declarou.

Por enquanto, não está em cogitação uma aliança com o PV (Partido Verde). Mas o professor lembrou que "nunca se sabe o dia de amanhã".




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