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Braskem atualiza instalações do Polo
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/10/2011 | 07:30
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André Henriques/DGABC


A Braskem, companhia que é dona de grande parte do polo petroquímico do Grande ABC, vem investindo cerca de R$ 300 milhões, de 2010 até 2012, para melhorar a qualidade dos equipamentos e das instalações e para a consolidação do processo de ampliação da unidade de petroquímicos básicos (que corresponde à fábrica da antiga Petroquímica União, adquirida pelo grupo).

A empresa concluiu no ano passado o aumento de sua capacidade produtiva na região, quando passou a receber gás residual de refinaria, comprada da Petrobras. Isso possibilitou o aumento da produção de eteno, que é o principal produto dessa divisão de negócios e que serve principalmente para se fazer a resina polietileno - matéria-prima para fabricação de embalagens e peças de plástico.

Com isso, a companhia saltou de 493 mil toneladas anuais de eteno em 2009 para 631 mil no ano passado. Até 2010, só recebia nafta (derivado do petróleo), para seu processo produtivo.

Em 2011, o volume produzido deve crescer 6%, alcançando 670 mil. O diretor industrial da Unidade de Petroquímicos Básicos Sudeste, Henrique Leopoldo Schulz, explica que, embora a capacidade nominal seja de 700 mil toneladas de eteno ao ano, por questões técnicas só se consegue atingir 95% desse montante.

INSTALAÇÕES - Além de consolidar a estrutura que permitiu a ampliação da capacidade de produção - o que exigiu a instalação de duto de 110 quilômetros ligando a Refinaria do Vale do Paraíba, da Petrobras, em São José dos Campos, com a petroquímica, em Santo André, para o recebimento do gás residual - a empresa investe em adequações para a melhoria da segurança da fábrica. Schulz cita, como exemplo, a substituição de queimadores dos fornos para reduzir a emissão de óxidos de nitrogênio e a modernização do sistema de tancagem, com a colocação de tetos flutuantes, para evitar a formação de vapores tóxicos que poderiam chegar à atmosfera.

SAÚDE E SEGURANÇA - O gerente de segurança, saúde e meio ambiente dessa área da companhia, Carlos Alfano Neto, assinala que a preocupação com os funcionários e com a comunidade fez com que fossem redobrados treinamentos. Em 2010, cada trabalhador passou, em média, por 32 horas (ou quatro dias) de orientações. Com investimentos em equipamentos e pessoal mais bem treinado, houve redução do número de acidentes em 80% de 2009 para 2010.

Além disso, a companhia inaugurou há um mês na unidade de petroquímicos básicos do Grande ABC um moderno centro médico, no qual foi investido R$ 1 milhão, para atender seus 650 empregados diretos e os 1.300 terceirizados, em tempo integral.

 

Companhia planeja autonomia em eletricidade

A petroquímica Braskem tem projetos em estudo para não depender mais do fornecimento de energia elétrica da Eletropaulo. A intenção é investir na cogeração de vapor e energia. Os planos, segundo o diretor industrial da unidade de petroquímicos básicos no Grande ABC, Henrique Schulz, serão definidos até o fim do ano.

Atualmente, a companhia necessita de 40 MW e gera apenas 13 MW por meio do aproveitamento do vapor de seu processo fabril. Uma das alternativas, afirma o executivo, é gerar 40 MW e vender parte da eletricidade para outras empresas.

Schulz assinala que a busca da autonomia nessa área é uma maneira de ter a garantia de fornecimento sem interrupção. Esse modelo já é adotado nos outros polos petroquímicos da Braskem (na Bahia e no Rio Grande do Sul).

A independência em relação ao insumo é importante pois, quando falta energia, a companhia é obrigada a acionar o flare, equipamento que queima os gases usados no processo para evitar que cheguem à atmosfera - o que causaria problemas ao meio ambiente e à saúde da população. Essa queima, entretanto, gera gás carbônico. Além disso, um apagão que dure meia hora implica demora de até três dias para retomada da produção.

ÁGUA - A companhia trabalha para equacionar outros gargalos e um dos que deve ser superado em breve é o do fornecimento de água. Projeto chamado Aquapolo deve iniciar em 2012 o abastecimento de água de reúso por meio de duto de 17 quilômetros ligando a Estação de Tratamento de Esgoto do bairro Heliópolis, em São Paulo, até o Polo. O duto tem capacidade para 900 litros por segundo. Com isso, a Braskem deixará de usar água do rio Tamanduateí e também de comprar água potável da concessionária.

 

 




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