Para que o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, explique os gastos de R$ 44.672,21 com alimentaçao e hospedagem, durante viagens pelo Brasil e exterior, em 1998 e até o início de maio de 1999, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) enviou nesta sexta uma notificaçao a ele, às vésperas de o presidente Fernando Henrique Cardoso decidir se o manterá por mais dois anos no comando do Ministério Público Federal (MPF).

Esses gastos sao conhecidos na administraçao pública como diárias. Além de investigar os gastos com a alimentaçao e hospedagem, Chinaglia entrou nesta semana com uma açao popular na Justiça Federal de Brasília contra Brindeiro por causa de viagem de férias feita pelo procurador para o arquipélago de Fernando de Noronha num aviao da Força Aérea Brasileira (FAB).

Na notificaçao desta sexta, Chinaglia dá um prazo de 15 dias para que Brindeiro informe a data e o objetivo de todas as viagens realizadas, desde que assumiu o cargo de procurador, em junho de 1995. O deputado quer saber quantas diárias foram recebidas por Brindeiro e quais os respectivos valores. O parlamentar pede ainda que o procurador comprove quem pagou os gastos com transporte e informe se recebeu qualquer tipo de subsídio.

Chinaglia sustenta que Brindeiro recebeu em 1998 R$ 34.475,30 a título de diárias. Desses, R$ 14.995,88 foram pagos para viagens ao exterior, onde o procurador teria passado 38 dias, de acordo com o deputado. Até o início de maio, o procurador teria ganho R$ 10.196,91, dos quais R$ 4.421,91 foram com diárias no exterior, onde teria passado oito dias. Na notificaçao, o parlamentar argumenta que os valores sao "altíssimos". O deputado acrescenta que "Brindeiro recebeu diárias em 47% dos dias úteis do ano de 1998 e em 46% dos dias úteis de 1999".