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Annan pede moderação no sul do Líbano
Das Agências
15/06/2001 | 21:36
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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu nesta sexta-feira para que israelenses e libaneses mantenham a calma no sul do Líbano, no momento em que um frágil cessar-fogo está em vigor em Israel e nos territórios palestinos.

"Não precisamos abrir uma nova frente", disse Annan à imprensa, depois de uma reunião com o presidente libanês, Emile Lahud, no palácio de Baabda.

"Peça que cada um respeite a 'linha azul' e mantenha a situação em calma", acrescentou, referindo-se também aos ataques do movimento xiita libanês Hezbolá, e as represálias israelenses.

A linha azul marca a separação entre Israel e o Líbano, e foi traçada pela ONU depois da retirada das tropas israelenses do sul do Líbano em maio de 2000, depois de 22 anos de ocupação.

A visita de 24 horas a Beirute de Annan tem o objetivo de garantir que o Líbano mantenha a estabilidade no sul, na fronteira israelense, em uma região controlada de fato pelo Hezbolá.

Israel ameaçou retaliar novamente as forças sírias no Líbano, se o Hezbollah atacar outra vez apoiado por Damasco e Teerã, como o fez em 16 de abril.

Annan transmitiu a mesma mensagem ao presidente sírio Bachar al Assad, em Damasco. A Síria influi significativamente no Líbano, onde mantém estacionados 30 mil soldados.

O secretário-geral da ONU faz um giro pelo Oriente Médio para conseguir o apoio dos países da região, tanto para cessar-fogo como para a rápida aplicação das recomendações do informe da Comissão Mitchell para por fim a violência entre israelenses e palestinos, que deixou mais de 600 mortos desde o final de setembro passado.

Este plano, batizado com o nome do ex-senador americano George Mitchell, pretende levar as partes à mesa de negociações depois de uma série de medidas de confiança, como o congelamento da colonização israelense.

A sua chegada ao aeroporto de Beirute, Annan destacou que o cessar-fogo conseguido com o patrocínio dos Estados Unidos, oferece uma ocasião que "não durará muito tempo".

"Devemos aproveitá-la quando se apresenta. Por isso temos necessidade de estabilidade e de calma em toda a região", disse.

"Seus líderes têm um papel importante que desempenhar para fazer com que reine a calma", acrescentou.

O presidente libanês, no entanto, responsabiliza Israel pela tensão no sul, e afirma que a aviação e a marinha israelense violaram mais de 600 vezes o território libanês desde maio de 2000, segundo um comunicdo da presidência.

Para a imprensa, Annan afirmou que mencionaria estas violações da linha azul a seus interlocutores israelenses.

A propósito do conflito entre a ONU e o Líbano sobre as granjas de Shebaa, região da Síria conquistada por Israelem 1967 e reivindicada pelo Líbano, Annan reiterou que "segundo nossos documentos, pertencem à Síria".

Depois de seu encontro com o primeiro-ministro libanês, Rafic Hariri, Annan indicou que a ONU vigiará as violações da linha azul e informaria o Conselho de Segurança para "apontar com o dedo os autores das violações".

Hariri assegurou, por sua vez, que o Líbano "trabalhava em estreita colaboração com as nações Unidas para assegurar a estabilidade na região".

O secretário-geral da ONU chegou procedente de Amã, depois de ter visitado o Cairo e Damasco. No sábado irá aos territórios palestinos e Israel.




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