Diário de um Banana faz um bem danado ao mostrar que escrever as memórias no papel não é coisa só de menina. Incentivado pela professora, Guilherme Duarte Faria, 11 anos, do Colégio Ateneu, em São Caetano, começou a registrar as lembranças em um caderninho. Mas nem todos pensam como ele. "Os meninos têm preconceito. O Greg até fala no livro que se pegarem ele com o diário vão chamá-lo de boiola."

Em geral, os leitores se identificam com Greg Heffley e os outros personagens da série, que já foi traduzida para 29 idiomas e vendeu mais de 40 milhões de exemplares. "Ele sofre bullying e isso também acontece na escola", diz Alice Veronezi, 9. "Quando a gente acerta, ninguém percebe, mas quando erra, ninguém esquece", completa Isadora Oliveira, 9.

Na opinião de Alice, apesar de querido, Greg não é bom exemplo de comportamento. Até o autor da obra Jeff Kinney já disse o mesmo. O protagonista faz de tudo para ser popular; já fingiu estar doente para chamar a atenção de garotas. Também tem vergonha do irmão caçula e, às vezes, até trata mal o amigo Rowley. "No fim é bom porque ele percebe que aquilo que fez não foi legal", diz Alice.