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Cinema: 'O Buraco' é mais do que terror juvenil
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
26/09/2002 | 19:31
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Thora Birch, 18 anos, é a estrela de O Buraco (The Hole, 2001), filme de Nick Hamn que chega nesta sexta aos cinemas do Grande ABC e do circuito com pretensões além do batido gênero terror adolescente. A atriz em questão estreou no cinema num filme mais cabeça, Beleza Americana, e é o melhor do filme junto com a origem inglesa do longa, fazendo-o mais interessante do que a maioria das produções hollywoodianas tipo a série Pânico.

Thora tem os traços marcantes de Christina Ricci (A Família Addams), além de olhos azuis desconcertantes, mas não é nenhuma beldade, ao contrário das recentes musas do terror, como Jennifer Love Hewitt (Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado) e Neve Campbell (Pânico). Acima do peso, ela faz a garota pouco popular da escola. Em Beleza Americana, ela era a filha revoltada do personagem de Kevin Spacey.

A cena inicial faz crer que Hamn, diretor teatral que já adaptou peças de Arthur Miller, Edward Bond e Peter Flannery, coloca tudo a perder, apelando para o suspense barato. Uma jovem (Thora) caminha pelos corredores de uma tradicional escola inglesa, suja de sangue e terra. Ela agarra um telefone público e grita, antes de cair exausta no chão.

Não desista, porque o desenrolar da história é razoável e compensa esta abertura. A psicóloga Philippa Horwood (Emberth Davidtz) será incumbida de desvendar o que aconteceu com Liz, a moça da seqüência acima, e seus três colegas, que desapareceram durante duas semanas. A primeira versão é contada pela própria garota, enquanto a polícia recolhe as provas do abrigo subterrâneo de onde ela saiu.

Liz conta que, para se aproximar de Mike (Desmond Harrington), o bonitão da escola e filho de um famoso guitarrista de rock, ela pediu ajuda a seu amigo Martin (Daniel Brocklebank). O plano era colocar os dois, mais o casal em potencial Geoff (Laurence Fox) e Frankie (Keira Knightley), num abrigo secreto da escola durante o fim de semana, quando os demais alunos fariam uma viagem educacional.

Martin cumpre o combinado, mas não volta para buscá-los no dia marcado. Começam, então, a acontecer os eventos terríveis que serão narrados durante o filme. Martin é preso como principal suspeito. O buraco, no entanto, é mais embaixo, e o diretor mostra habilidade ao explicar e confundir o espectador, com as várias versões do ocorrido. A última – e verdadeira – é a mais assustadora.




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