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Redescobrindo o Brasil
Eliane de Souza
Especial para o Diário
23/02/2012 | 07:00
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Divulgação


Redescobrindo o Brasil

Para os cicloturistas de carteirinha, o melhor da experiência sobre duas rodas é o envolvimento direto com a cultura e o povo de cada destino. Alguns lugares parecem ter sido traçados sob medida para ciclistas. A começar pela Rota do Descobrimento. Mais de 500 anos depois de a expedição de Pedro Álvares Cabral aportar no Sul da Bahia, o sol continua forte; os nativos, hospitaleiros; e a paisagem, maravilhosa.

O trajeto realizado pela Sampa Bikers vai de Prado a Arraial d'Ajuda. São seis dias de percurso à beira-mar, cruzando rios e falésias por trilhas em meio a coqueirais com média de 30 quilômetros de pedalada diária. Além da emoção no comando do guidão, a viagem inclui atrações como travessias de barco, passeio de escuna, mergulho em corais e uma inesquecível apresentação indígena da tribo Pataxó.

Ainda no Nordeste, outra maravilha a ser descoberta sem pressa é a região do Cariri, na Paraíba. A paisagem sertaneja e o clima semiárido produzem um cenário único. Pelo caminho, o ciclista encontra rios temporários, formações rochosas, sítios arqueológicos e caatinga. Esse trecho do sertão entre as cidades de Cabaceiras e Boa Vista é marcado também por milhares de blocos de pedras enormes que se esparramam pelo solo. Mais que um elemento atraente na paisagem, muitas delas são autênticas relíquias arqueológicas, com pinturas rupestres e inscrições em baixo relevo ainda pouco estudadas.

Essa volta ao passado é feita em cinco dias de pedalada, sendo três dias no sertão e um em João Pessoa, onde é possível percorrer longos trajetos em lajedos de pedra.

Pedale entre o interior e litoral catarinense

Em Santa Catarina está o primeiro roteiro brasileiro planejado para o cicloturismo: o Vale Europeu. São 350 quilômetros de estradas de terra tranquilas e agradáveis passando por pequenas cidades e vilarejos que tiveram origem na colonização europeia. A viagem pode ser planejada e executada por cada viajante da maneira que lhe for mais conveniente, mas são sugeridos sete dias para que se desfrute o máximo possível do caminho.

A motivação para a implantação desse roteiro foi a criação de um trajeto rico em natureza, cultura e, ao mesmo tempo, com pontos de apoio, estrutura e sinalização para que cicloturistas iniciantes ou experientes possam pedalar com tranquilidade. Essa iniciativa inédita no País surgiu de uma parceria entre o Clube de Cicloturismo do Brasil e um convênio com os municípios de Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Rodeio, Dr. Pedrino, Rio dos Cedros, Benedito Novo e Apiúna.

Em Santa Rosa de Lima, Anitápolis e na região da Serra Geral catarinense, o roteiro de cicloturismo Acolhida na Colônia oferece experiências ligadas à agricultura familiar, banhos termais e de cachoeiras, visitas a marcenarias, sítios e hortas de cultivo orgânico.

Formado por belezas naturais e o clima romântico e bucólico de comunidades do campo, o Acolhida na Colônia foi um dos roteiros estruturados pelo Ministério do Turismo por meio do projeto Destinos-Referência. O circuito completo tem 400 quilômetros, mas também pode ser feito por iniciantes, que têm a opção de escolher trechos que conectam as propriedades rurais a atrativos naturais .

O Circuito Costa Verde Mar traz a possibilidade de se conhecer de bicicleta o litoral Norte de Santa Catarina. Passa ainda por tranquilas cidades do interior, com matas preservadas e cachoeiras. É o primeiro circuito de cicloturismo do Brasil a abranger uma região do litoral. E ao mesclar trechos à beira-mar com o interior, oferece grande diversidade cultural e de paisagens.

O roteiro passa ainda por pontos turísticos de destaque nacional e locais de incomparável beleza. Praias badaladas alternam-se com outras desertas e rodeadas pela verde Mata Atlântica. Entre uma orla e outra, estão os morros, que dão o desafio da viagem e também oferecem visuais magníficos.

De colonização açoriana, a região do litoral guarda fortes traços culturais portugueses, expressos principalmente nos festejos e na culinária.

No interior, a paisagem dos arrozais e as casas de madeira dão o tom da viagem. São marcantes aqui outras influências culturais, como a alemã e a italiana. O circuito percorre 11 cidades, das quais oito estão no litoral - Bombinhas, Porto Belo, Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Penha e Piçarras - e mais três no interior: Luis Alves, Ilhota e Camboriú.

A rota é de 270 quilômetros em percurso que dá preferência a estradas de terra e vias urbanas, evitando ao máximo as asfaltadas. O circuito foi planejado para ser concluído em, no mínimo, seis dias, para dar tempo suficiente de curtir todas as opções que a região oferece.

Em cada etapa existem inúmeras oportunidades de praticar outras atividades, como caminhadas, mergulho, caiaque, surfe, windsurfe e voos de ultraleve. Há ainda riquezas culturais e ecológicas a serem exploradas, como sítios arqueológicos, construções históricas e trilhas para observação de aves.




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