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Mercado petroleiro aguarda reuniao entre produtores
Do Diário do Grande ABC
01/03/2000 | 14:14
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O mercado petroleiro espera que a reuniao desta quinta-feira entre três produtores-chave ponha fim às incertezas em relaçao a um possível aumento da produçao mundial para baixar os preços. O encontro acontece a menos de um mês da reuniao decisiva da Organizaçao de Países Exportadores de Petróleo (Opep), dia 27 de março, em Viena.

Os ministros da Energia ou do Petróleo da Arábia Saudita, Venezuela e México se reunirao quinta-feira, em Londres.

Os três países foram os arquitetos de um acordo de diminuiçao da produçao, em março de 1999, que previu a reduçao da oferta mundial em mais de 2,1 milhoes de barris por dia. A decisao provocou a triplicaçao dos preços, para cerca de 30 dólares o barril, o nível mais alto dos últimos nove anos. O acordo envolveu também os países que nao faziam parte da Opep.

Enquanto os consumidores, liderados pelos Estados Unidos, se preocupam com o aumento dos preços e o nível das reservas mundiais (o mais baixo dos últimos dez anos), os produtores parecem estar longe de haver alcançado um consenso sobre a produçao. ``Os pontos de vista sao divergentes', comentou Medhi Varzi, analista da corretora Dresdner Kleinwort Benson, em Londres.

Os produtores ``nao farao qualquer anúncio antes de estarem plenamente seguros. Os sinais indicam, porém, que haverá um aumento da produçao', previu Leo Drollas, economista do Centro Para Estudos da Energia Global, também em Londres.

Apesar da pressao dos Estados Unidos, que enviaram seu secretário de Energia, Bill Richardson, para uma visita a vários países produtores, estes agem com prudência e evitam revelar suas intençoes. Sabe-se que existe um consenso apenas em relaçao à estabilidade dos preços.

A exemplo do Kuwait, alguns países suavizaram recentemente sua posiçao e já nao insistem na necessidade de prolongar as cotas até o fim de março.

O México é o único país que se mostra favorável a um ligeiro aumento da produçao, a partir de primeiro de abril. Ira, Argélia e Líbia continuam a favor da manutençao das cotas. Segundo analistas, a decisao final é da Arábia Saudita, o principal produtor, que deixou vazar a informaçao de que poderia apoiar o aumento da produçao.

A Agência Internacional de Energia (AIE) deseja que a Opep produza cerca de 2,5 milhoes de barris a mais por dia, nos próximos 12 meses. Washington quer um aumento entre 2 milhoes e 2,5 milhoes de barris.

A maioria dos analistas prevê que qualquer aumento da produçao será gradual, pois os produtores desejam, antes de tudo, evitar uma queda brusca nos preços.




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