Na indústria química mundial, os países emergentes que têm forte potencial de crescimento nos próximos anos compõem o bloco dos Bicme (Brasil, Índia, China e Oriente Médio, na sigla em inglês), segundo o diretor de relações industriais e corporativas da Federação Internacional dos Sindicatos dos Ramos Químico, da Energia, Mineração e Indústrias Diversas, Kemal Ozkan.

Em apresentação ontem durante a Conferência Internacional A Indústria Química em 2020, Um Novo Rumo é Possível, promovido pelo Sindicato dos Químicos do ABC, em Santo André, Ozkan e o vice-presidente do conselho diretor da Associação Brasileira da Indústria Química, Marcelo Lacerda Soares Neto, citaram indicadores que mostram a força do País no cenário mundial.

O mercado brasileiro já figura entre os sete maiores do mundo, com o consumo equivalente a US$ 130 bilhões em produtos químicos por ano. Além disso, entre as 20 companhias líderes globais do setor, aparece uma do Brasil, a Braskem (em 15º). E as perspectivas do mercado nacional são consideradas promissoras. A Abiquim projeta que, até 2020, há potencial para dobrar a movimentação interna, para US$ 260 bilhões. "Isso significa janela de oportunidades maravilhosa nessa década", cita Soares Neto, explicando que a boa expectativa reflete fatores como a abundância de matéria-prima fóssil - por causa das descobertas de petróleo na camada do pré-sal - e também renovável, por exemplo, o álcool da cana-de-açúcar.

Para o País aproveitar a janela de oportunidades, o dirigente da Abiquim avaliou que é fundamental o reforço na qualificação profissional, com o aumento da produtividade no trabalho. Outros problemas que precisam ser superados, na sua avaliação, são o custo do capital, falta de infraestrutura e elevada carga tributária e o câmbio desvalorizado.

A recente apreciação do real - o dólar foi de R$ 1,60 a R$ 1,80 em poucos dias - alivia a pressão da competitividade. "Talvez a crise (as atuais turbulências no mercado financeiros, por causa das dívidas de países europeus) ajude a colocar o câmbio no equilíbrio", afirmou.

Por sua vez, Ozkan cita que o diálogo entre empresas, trabalhadores e governo - como a iniciativa do Sindicato dos Químicos do ABC para discutir o futuro do setor - é importante tanto para o fortalecimento da indústria quanto para a melhora das condições trabalhistas.

No entanto, no País, mesmo nesse ponto ainda precisaria haver avanços. "O diálogo social para na porta da fábrica. Hoje não se tem a organização no local de trabalho", cita o assessor de política públicas e sociais do sindicato, Nilton Freitas.

Estudo revela que 15% das empresas estão à venda

Estimativa feitas pela Sunbelt Businesse Brokers, maior franquia de intermediação de negócios no mundo, revela que em torno de 15% das pequenas e médias empresas estão continuamente à venda. Entre os diversos motivos que levam um empreendedor a comercializar sua micro, pequena ou média empresa, estão a aposentadoria, mudança de área de atuação ou de cidade são considerados os maiores motivadores para essa venda.

Batista Gigliotti, master franqueado da Sunbelt no Brasil, destaca que "sempre existirão empresas saudáveis à venda, entretanto, saber localizá-las é tarefa que exige análise tanto mercadológica como de operação do negócio. Se arriscar adquirindo qualquer empresa no mercado pode ser um risco, que muitas vezes trará prejuízos para o empreendedor".

Análise criteriosa dos documentos antes de adquirir empresa pode evitar armadilhas para o futuro empreendedor. Existem muitos benefícios em se adquirir organização saudável e que já esteja em operação. "Geralmente há uma carteira de clientes da empresa já desenvolvida e um conhecimento sedimentado e difundido entre os membros da equipe", disse Gigliotti.