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Paciente, Dininho aguarda a Seleção
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
02/02/2003 | 20:23
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Com um história de muito talento dentro do São Caetano, Dininho conquista cada vez mais espaço dentro do futebol e já é apontado como um dos melhores zagueiros do Brasil. No fim da temporada passada, os chamados grandes clubes foram atrás do jogador, que espera mais do que isso: quer a chance de vestir a camisa amarela da Seleção Brasileira. Nesta terça, o técnico Carlos Alberto Parreira convoca os jogadores que atuam no país para o amistoso contra a China. Ele não se desespera com a possibilidade de ser chamado, apenas aguarda. “Sei que, para poucas pessoas, as coisas acontecem rápido, enquanto para muitas, devagar.”

Zagueiro da defesa menos vazada do Brasileiro de 2002, Dininho não tem pressa, aproveita os seis anos que tem no São Caetano para aprender com cada um dos treinadores com quem trabalha. Hoje, com Mário Sérgio, ganhou liberdade para arriscar-se no ataque. O treinador confia nele e acredita que, se fosse marqueteiro, Dininho já estaria há tempos na seleção. Confira trechos da entrevista concedida na semana passada ao Diário:

Diário – Nestes quase seis anos de clube, você trabalhou com seis técnicos diferentes. Qual deles te ajudou a ser o zagueiro que é hoje?
Dininho – Todos têm uma parcela de responsabilidade. Seria muito injusto falar em um em especial, pois nunca tive problemas com ninguém. Cresci profissionalmente, saio mais para o jogo com a bola dominada e isto é um ponto positivo. Essa liberdade que o Mário (Sérgio) me deu ajudou bastante.

Diário – Qual foi o melhor ano de sua carreira?
Dininho – O ano passado foi muito importante. Foi o ano da minha vida, pois consegui aparecer mais. Mas, claro, espero que esta temporada seja a melhor de todas.

Diário – Você acredita que este é o seu grande momento?
Dininho – Tenho muita coisa para melhorar. O ser humano sempre comete erros. Nunca me achei perfeito. Todos nós temos objetivos.
Diário – Você se sente injustiçado por ainda não ter sido chamado para a seleção?
Dininho – Não. Sempre sonhei com isso. Lógico que, pelo que fiz no ano passado, ainda espero uma oportunidade. Há grandes jogadores da posição no país, como o Fábio Luciano (Corinthians) e o Alex (Santos).

Diário – O fato de jogar no São Caetano, um time de pouca tradição, atrapalha?
Dininho – O São Caetano não atrapalha em nada. Só me ajudou até hoje. O treinador (Carlos Alberto Parreira, da Seleção Brasileira) não é bobo, sabe quem tem qualidade.

Diário – Se seu nome estiver na lista de amanhã, você está preparado?
Dininho – Tenho uma bagagem boa, experiência. É claro que, na primeira vez, você sempre encontra alguma dificuldade. Poucas oportunidades aparecem na vida, e é necessário estar preparado para elas. Tanta gente procura e poucos conseguem... Tenho de estar lá para saber como vai ser.

Diário – Vale a pena sair daqui para ir à China só para um amistoso?
Dininho – Vale muito. Só de vestir aquela camisa amarela... Se eu jogasse um minuto, ficaria muito feliz. Até se não jogar, só de estar no grupo, viver o clima da seleção, deve ser muito bom.

Diário – Você já teve uma experiência no exterior, quando defendeu o Verdy Kawasaki, do Japão...
Dininho – Foi antes de vir para o São Caetano. Saí do Japão para jogar aqui. Foi uma chance que deixei de aproveitar por causa de uma contusão no ligamento do tornozelo. Gostava muito de lá.

Diário – No final da temporada passada, muitos eram os clubes grandes que queriam seu futebol, mas nada aconteceu...
Dininho – Sei que, para algumas poucas pessoas, as coisas acontecem rápido, enquanto para outras, bem devagar. Eu ainda almejo muito na vida, que espero que aconteça. Isso não é só dentro de campo, não.

Diário – O São Caetano tem mais um desafio a partir de quarta-feira, quando estréia na Copa do Brasil, diante do Sampaio Corrêa, em São Luís. O que a competição tem de diferente para você?
Dininho – Não muda nada. É um campeonato difícil como todos os outros. Mais uma vez, nosso pensamento é chegar à decisão. A competição é nova, mas o objetivo é o mesmo, voltar à Libertadores.

Diário – Na Copa do Brasil, o São Caetano jogará na casa do adversário, sempre com um grande público contra.
Dininho – O Sampaio Corrêa é um time de grande torcida, mas a gente sempre se deu bem nessas situações. Só não fomos felizes contra o Atlético-PR (na final do Brasileiro de 2001). Esperamos que, desta vez, seja diferente.




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