Economia Titulo Seu bolso
Feijão-carioca dispara 19,55% e atinge maior preço do ano
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
12/08/2016 | 07:11
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Divulgação


Após ensaiar movimento de queda, com redução nos preços por três semanas seguidas, o quilo do feijão-carioquinha voltou a subir, e atingiu o maior valor do ano. Seu custo disparou 19,55%, com o quilo passando de R$ 7,11 para R$ 8,50. Isso é o que aponta levantamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), realizado em supermercados de seis cidades da região (a exceção é Rio Grande da Serra).

Em julho, da segunda para a terceira semana do mês, o grão recuou de R$ 8,11 para R$ 7,92 e, na última, estava em R$ 7,52. Nos primeiros sete dias de agosto, o quilo baixou para R$ 7,11. E isso só ocorreu porque a demanda por esse produto recuou. Após dez semanas consecutivas de alta, o consumidor decidiu substituir o item pelo feijão-preto, cujo quilo de marcas de qualidade sai em torno de R$ 7. O valor da pesquisa da Craisa corresponde à média de custos dos produtos mais baratos de cada estabelecimento. Entretanto, os de melhor qualidade ainda estão sendo vendidos na faixa de R$ 13.

Mesmo assim, para se ter ideia, em janeiro, o consumidor do Grande ABC pagava R$ 2,94 em um saquinho de feijão-carioquinha. De lá para cá, os preços subiram exorbitantes 190%, aos atuais R$ 8,50.

Na avaliação do engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pela pesquisa Fábio Vezzá De Benedetto, o incremento repentino no preço do alimento se deve ao período do mês. Como muita gente recebe o salário no quinto dia útil, o movimento nos supermercados cresce, assim como os gastos. “É a lei da oferta e da procura. A maior compra durante esse período faz com que os mercados não se preocupem com promoções ou vantagens para o consumidor, pois é fato que nesta época muitas pessoas reforçam a dispensa e a compra é previsível”, explica.

Os preços nas alturas do grão se devem ao excesso de chuvas do início do ano, o que prejudicou a colheita e, consequentemente, reduziu a quantidade do produto a ser comercializada. Além disso, ao longo de 2015, o valor médio do grão ficou baixo, com o quilo a menos de R$ 3, o que desestimulou os agricultores a investir no plantio. Com a safra menor, e a demanda aquecida, os valores seguem altos, tendência que deve durar até o início da safra de verão, avalia o engenheiro agrônomo.

O tomate também registrou aumento, de 11,08%, passando de R$ 3,88 para R$ 4,31. Com isso, o valor da cesta básica subiu 2,90% e ficou R$ 16,59 mais cara. Agora, o conjunto de 34 itens de primeira necessidade passou de R$ 571,21 para R$ 587,80.

A boa notícia para aliviar o bolso do consumidor é que a batata está 14,75% mais barata, com o quilo custando R$ 4,22. A alface também recuou 8,33%, e o pé sai a R$ 2,09. Ainda, a cebola apresentou recuo de 5,21%, e o quilo sai a R$ 1,82. “O tubérculo e o bulbo vêm apresentando preços mais baixos desde seus picos de entressafra apresentados no final do outono e início do inverno. Já em relação às folhas, por serem menos consumidas no frio, os preços diminuem.” 




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