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Diminui a bancada feminina no Congresso
Do Diário do Grande ABC
31/01/1999 | 19:12
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A bancada feminina no Congresso Nacional eleita para a nova legislatura está menor e começa a trabalhar ainda sob o impacto do assassinato da deputada Ceci Cunha (PSDB/AL), em Alagoas. As mulheres serao representadas por 29 mulheres na Câmara e cinco senadoras (duas eleitas e três em continuaçao de mandato). A bancada feminina teve reduzida sua representaçao no Congresso, em relaçao a legislatura anterior, de 7% para 5%. As mulheres que chegam para cumprir o mandato, e outras que nao foram reeleitas, apontam o apoio precário da maioria dos partidos e a dificuldade de financiamento de campanhas eleitorais, como principais causas da diminuiçao da presença feminina no parlamento.

Um levantamento feito pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfema), mostra o perfil das treze mulheres (onze deputadas e duas senadoras) que estao assumindo pela primeira vez um mandato federal. A maioria tem curso superior com formaçao profissional, principalmente na área de pedagogia e de saúde. Entre elas, estao mulheres de políticos, como a deputada Nice Lobao (PFL-MA), mulher do ex-governador e senador pelo mesmo partido, Edison Lobao, e a senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), mulher do ex-governador de Sergipe, Joao Alves. Foram reeleitas Elcione Barbalho (PMDB_PA) mulher do senador Jáder Barbalho, e Lídia Quinan, (PMDB-GO), mulher do ex-governador de Goiás, Onofre Quina.

No documento com o perfil das mulheres parlamentares, o Cfema lamenta o assassinato da deputada Ceci Cunha, ressaltando que ela havia sido eleita com 54 mil votos em Alagoas. Foi a terceira mais votada no estado. 'O movimento das mulheres perde uma aliada`` ressalta a ONG.

Os partidos de oposiçao elegeram sete mulheres para a nova legislatura e os da base governista, seis. A deputada Iara Bernardi, do PT de Sao Paulo, se preparava hoje para tomar posse, com grande expectativa. Mesmo lamentando a diminuiçao da bancada feminina, que ela atribui 'à falta de incentivo pelos partidos``, ela se disse disposta a lutar pelos temas que interessam à mulher. Em Sorocaba, onde foi eleita com 51 mil votos, como vereadora, ela conseguiu criar a Casa Albergue, que acolhe mulheres ameaçadas de morte.

Afastada dessa legislatura, por ter disputado o governo de Sao Paulo, a ex- deputada e sexóloga Marta Suplicy (PT) atribui o nao preenchimento das cota mínima de 25% de candidaturas de mulheres, ao fato de os partidos nao colocarem como prioridade diminuir a desigualdade entre os sexos no poder. A ex-deputada defende que os movimentos de mulheres, partidos e governos 'mais progressistas``, olhem com atençao a situaçao, para evitar que a bancada feminina volte a minguar na próxima legislatura.

As parlamentares que chegam pela primeira vez ao Congresso ocuparam cargos executivos e assumiram mandatos legislativos em seus estados e municípios. Os partidos que mais elegeram parlamentares mulheres em primeiro mandato foram: PT (4), PFL (4) e PMDB (2). A maioria das novas parlamentares é casada e tem idade entre 36 e 63 anos. Nao foi eleita nenhuma parlamentar negra.

Entre as deputadas eleitas e reeleitas, dois terços sao de partidos que apóiam o governo e um terço de oposiçao.

Dezessete estados terao mulheres representadas no parlamento e nove nao elegeram nenhuma mulher para a Câmara: Bahia, Ceará, Paraíba, Paraná, Pernambuco , Piauí, Roraima, Sergipe e Tocantins. No Senado, serao cinco senadoras nessa legislatura, representando o PMDB, PT e PFL.




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