Inserido no rol das tragédias cariocas do autor, o texto explora as obsessoes da prostituta Geni (Leona Cavalli), do viúvo Herculano (Hélio Cícero), seu filho Serginho (Vadim Nikitin) e seu irmao Patrício (Gustavo Machado).

"Cada personagem tem uma obsessao intensa, no limite entre a sanidade e a loucura. Há paixao, suspense, traiçao", afirma Cibele. Para ela, o texto é atual. "Toda Nudez fala sobre um mal do nosso tempo, a falta de afeto. Na peça, as obsessoes têm a ver com isso. Aliás, o consumismo também", completa.

 "Toda Nudez é atemporal, pois fala do homem com profundidade. A Geni, por exemplo, é uma personagem rica porque aglutina o romântico e o mundano, é trágica e engraçada", afirma Leona. "É uma história de amor inspirada no formato dos folhetins, com ganchos que prendem o espectador", resume.

A montagem inverte a perspectiva tradicional da platéia. As açoes se desenrolam no centro do corredor do Oficina, com o público em torno. "O texto é circular, começa e termina no mesmo ponto", explica Cibele. O autor coloca um triângulo amoroso num flash-back de Herculano. "O ritmo, em espiral, é o de projeçao da mente, de delírio", completa.