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Oposição proclama vitória nas presidenciais em Taiwan
Da AFP
22/03/2008 | 11:35
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O candidato da oposição taiwanesa Ma Ying-jeou, partidário de uma aproximação com a China, venceu por ampla margem neste sábado as eleições presidenciais frente a seu adversário pró-separatista, segundo resultados oficiais parciais citados pela imprensa.

Apurados mais de 90% dos votos, o candidato do Partido Kuomintang (KMT), que partiu como favorito, contava com 17 pontos de vantagem sobre seu adversário do Partido Democrático Progressista (DPP, no poder), Frank Hsieh.

O presidente honorário do Kuomintang proclamou sábado a vitória de Ma Ying-jeou. "É uma grande vitória", declarou Lien Chan aos simpatizantes reunidos na sede do partido em Taipé. "O resultado nos oferece um amanhã diferente, um novo horizonte, uma nova esperança e um novo futuro", acrescentou.

Milhares de partidários do Kuomintang festejam a vitória em Taipé e em outras cidades da ilha. Um ex-deputado do DPP reconheceu a derrota. "Muitos dos redutos tradicionais do DPP se voltaram para o KMT", admitiu. "Isso significa que a população já não confia no DPP, rejeitaram nossa gestão depois de oito anos e nos deram um voto de desconfiança", acrescentou.
 
O KMT também já havia vencido as eleições legislativas de janeiro, que lhe valeram a maioria de cadeiras no parlamento em detrimento do DPP, enfraquecido por escândalos de corrupção.

O atual presidente, Chen Shui-bian, permaneceu no poder por oito anos, durante os quais aplicou uma política de desconfiança e provocação frente à China que não agradou os Estados Unidos.

No entanto, o candidato Frank Hsieh baixou o tom do discurso contra a China nos últimos dias, e disse que pretende retomar o diálogo com Pequim: "No passado, o DPP foi criticado por sua falta de abertura, mas eu irei privilegiar a negociação".

O diálogo político entre Taiwan e a China está paralisado desde que o DPP chegou ao poder, em 2000, encerrando 51 anos de governo do Koumintang (KMT, partido nacionalista). Ma Ying-jeou defendeu na sexta-feira um progresso real nas relações com a China, um tema que dominou a campanha.

Ying-jeou propõe um "acordo de paz" e a criação de um mercado comum com o regime comunista chinês. Taiwan e China vivem separadas de fato desde 1949, quando as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek - derrotadas pelos comunistas de Mao Tsé-tung - se refugiaram na ilha.

Em março de 2005, o Parlamento chinês adotou uma lei que legitima o uso da força caso a ilha declare sua independência.

Pleito- A eleição presidencial de Taiwan teve início na manhã deste sábado, hora local, com os 17 milhões de inscritos sendo convocados para decidir entre o candidato do governo, Frank Hsieh, defensor da soberania nacional, e o representante da oposição, Ma Ying-jeou, favorável a uma aproximação com Pequim.

As seções eleitorais abriram às  8h locais (21h Brasília), sob forte vigilância policial, quatro anos após o atentado que feriu levemente à bala, no último dia de campanha, o presidente pró-separatista, Chen Shui-bian, que foi finalmente reeleito.

No total, 68 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança durante a votação, que será encerrada às 16h locais. Os resultados oficiais estão previstos para o início da noite (local).




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