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Juiz acusado de favorecer bancos tem casa de R$ 400 mil
Do Diário do Grande ABC
20/07/1999 | 16:56
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O juiz Vicente Benedito Batagello, acusado de favorecer bancos em açoes movidas por clientes que se consideram lesados em Araçatuba, no interior de Sao Paulo, é dono de uma casa avaliada em R$ 400 mil, mas que, na escritura, está registrada por R$ 96 mil.

A residência ocupa quatro lotes do Jardim Nova York, o mais caro da cidade, com área total de mil metros quadrados. A construçao é um sobrado que tem 499,77 metros quadrados, incluindo quiosque e piscina.

Nenhuma empresa imobiliária local considera que uma casa nesse padrao valha menos que R$ 500 mil, incluindo a condiçao de estar totalmente quitada e desalienada.

No livro número 2 do Cartório de Registro de Imóveis de Araçatuba, sob matrícula número 48.862, há informaçao de que, em 12 de janeiro de 1998, Batagello declarou a construçao no valor de R$ 96.065,78. O magistrado disse que a avaliaçao apresentada nao foi a dele, mas da prefeitura, que, costumeiramente, usa indicadores mínimos de preços para efetuar os lançamentos de impostos. "Se cometi algum erro, nao sou perfeito, estou pronto para o corrigir", disse.

Mas, para o advogado Jonair Nogueira Martins, que representou a empresa Kawata e Cia em açao na qual acusa Batagello de favorecer uma instituiçao bancária da cidade, "há uma opulência exteriorizada" na situaçao patrimonial e econômica do juiz, que ganha, no máximo, R$ 8 mil por mês, incluindo adicional pela condiçao de ser administrador do Fórum de Araçatuba.

O juiz ainda é dono de três imóveis em Bilac, próxima a Araçatuba, com valores venais que somam cerca de R$ 27 mil.

Entre os veículos que possui, está uma caminhonete importada Nissan Pathfinder, e as propriedades dele sao em parceria com a mulher, Lucilene Ziroldo Antônio Batagello, que também é funcionária do Fórum de Araçatuba.

Recentemente, Batagello, que é juiz há 15 anos, decidiu aprender a pilotar aviao. Matriculou-se no Aeroclube de Birigüi (SP) e logo se interessou em ter um aviao. Há um ano, a polícia de Araçatuba apreendeu um monomotor usado em tráfico de drogas, mas, até esta terça, segundo o delegado Jaime José da Silva, ninguém se apresentou como proprietário do aparelho porque teme responder pelo processo penal. Batagello pediu ao proprietário da oficina na qual o monomotor ficou um orçamento para saber quanto custava repor o aviao em funcionamento. O delegado se disse satisfeito que alguém tenha demonstrado interesse pelo aviao. "Há um patrimônio do Estado que se deteriora a cada dia por falta de uso", disse o delegado. Mas, embora confirme os fatos, Batagello preferiu nao oficializar o desejo de ser o fiel depositário do aparelho até agora.




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