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Pelas corredeiras do Jacaré-Pepira
Francisco LacerdaEnviado a Brotas
10/03/2011 | 07:12
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Divulgação


Foi-se o tempo em que esportes radicais eram só para aficionados e mais experientes. "Eu vou sim, todo mundo tem de ir", desafia a pequena Maria Eduarda Musolino Japiassu, 7 anos, quando lhe perguntam se teria coragem de enfrentar as duas horas de rafting nas corredeiras, remansos e quedas do Rio Jacaré-Pepira e os oito quilômetros de percurso a bordo de um bote que acomoda até seis pessoas.

Sua irmã, Anna Carolina Musolino Japiassu, 9, também não se intimida. "Já acordei pensando nisso", revela. Ambas não demonstraram nenhum tipo de medo de encarar a atividade. E nem deveriam, já que as agências locais oferecem total segurança para crianças, jovens, idosos e também para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Tudo começa com a reunião dos que vão participar da aventura. A explanação, feita pelo líder dos condutores, é importante para saber como se comportar sobre o bote ou fora dele em caso de algum imprevisto. Dicas de como e quando remar para frente ou para trás, quando se segurar, abaixar, se proteger dos galhos etc. servem para aliviar a tensão inicial de ter de encarar as 14 quedas d'água ao longo do passeio, inclusive uma com quatro metros de altura. Os condutores são experientes e preparados para todo tipo de surpresa, passam segurança e sabem como amenizar o medo de quem é ‘radical de primeira viagem'.

Depois da aula, o ‘treino', feito em lago particular, de águas sem correnteza, situação bem diferente da que nos espera. No bote, é preciso encaixar os pés em uma espécie de bolsa própria para que se tenha firmeza nas remadas e também para não cair. Além disso, há uma corda fixada ao redor da embarcação que serve de apoio nas quedas mais altas.

Tudo explicado, frio na espinha, bote no rio, confesso que não estava com a mesma coragem das meninas, mas... lá vamos nós corredeiras abaixo. O visual impressionante e o balanço do barco ajudam a relaxar.

Uma queda, outra, o bote fica contra a maré, água na cara, pronto! O medo vai definitivamente embora. Podíamos até escolher se queríamos sem ou com emoção. Neste último caso, o condutor, em um ponto menos agitado do rio, faz com que o bote vire, deixando os ocupantes à deriva. Os coletes salva-vidas não permitem afundar e dá até para nadar, relaxar ou mesmo seguir observando a exuberância da paisagem enquanto o corpo é levado pelo fluxo de água.

No meio do caminho ‘estacionamos' os botes por alguns minutos. Hora da minitirolesa, exclusiva da agência Alaya Expedições. Duas, com aproximadamente 80 metros cada, com 15 metros de altura sobre as maiores quedas, são atrativos à parte, suficientes para aumentar ainda mais a adrenalina.

O percurso, ida e volta, dura cerca de 50 minutos entre preparativos e a atividade. Para chegar ao local, andamos por pequena trilha no meio da mata até uma espécie de platô instalado à beira do rio em ponto mais alto. Tênis confortável e repelente são bem-vindos. Do nosso grupo de 12 pessoas, ninguém amarela, estão todos corajosos.

De volta aos botes para encarar o que falta do percurso. Nessa hora, o barco já é familiar e a vontade é de voltar ao início da atividade e começar de novo. O condutor, Murissoca (aquele, ex-Grande ABC), faz das suas e nos coloca de frente para a queda d'água. Banho de tirar o fôlego. Seguimos descendo, temos até um grito de guerra para quando superarmos as maiores quedas. Chegamos ao fim do percurso e alguns ocupantes do outro bote se jogam na água. Como não tenho toda essa habilidade, prefiro descer em terra firme. Subimos a trilha até o ônibus que nos levará a outra atividade. Talvez por perceber o pouco de tensão que ainda resta, os condutores contam piadas, fazem comparações, mostram os pontos turísticos da cidade. Ninguém consegue ficar parado.




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