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Ex-tricolores dizem nao ter mágoas
Do Diário do Grande ABC
06/06/2000 | 19:01
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Enfrentar o Sao Paulo, pela final do Campeonato Paulista, nao será uma tarefa fácil para os santistas principalmente quando, além da força do adversário, as boas lembranças do ex-clube ainda estao vivas na memória. Os atacantes Caio, Dodô e Valdir e o zagueiro Márcio Santos, antigos defensores do Tricolor, vivem tal situaçao, divididos entre uma velha e uma nova paixao. Todos garantem que mágoas nao foram trazidas do Morumbi.

O caso mais complicado é o de Caio. Foram 15 anos de convivência no Sao Paulo, desde as categorias de base. "Nao posso negar que sempre terei uma carinho especial pelo clube, pois ainda conheço todo mundo lá, desde o porteiro até os dirigentes", afirmou atacante, um ex-sócio do Tricolor. Caio, por sinal, nasceu em uma família de classe média alta do Morumbi e passou a infância e a adolescência na regiao.

Hoje, porém, Caio já está quase adaptado à vida no litoral, longe da badalaçao paulistana. Dodô, seu companheiro de ataque, por outro lado, ainda nao se acostumou à serenidade da nova cidade. "Morar em Santos é maravilhoso por causa da qualidade de vida", disse o jogador. "Agora, à noite, sinto muita falta da agitaçao da capital." Em campo, contudo, nao há calmaria.

Segundo Dodô, as cobranças no time da Vila Belmiro sao muito maiores do que as no Sao Paulo. A escassez de títulos importantes - o último estadual foi em 1984, por exemplo -, é o principal motivo. "A história e o passado vitorioso do clube exigem mais responsabilidade dos atletas", explicou. "É um verdadeiro teste para todos: quem joga no Santos pode, em seguida, jogar em qualquer equipe do mundo."

Dodô nao guarda ressentimentos do Sao Paulo, apesar de sua saída um tanto tumultuada do Morumbi. Assim como Márcio Santos, o atacante chegou a ser afastado do elenco por Paulo César Carpegiani, ex-técnico da equipe. O zagueiro, na verdade, vive uma situaçao delicada no Santos. Na Vila, Márcio Santos nao conseguiu convencer o treinador Giba a conquistar uma vaga entre os titulares. Dodô, porém, parece que ganhou seu espaço, ao lado de Caio, no ataque.

A dupla, renegada por Carpegiani, nao esquece, contudo, o título paulista conquistado em 1998, pelo Sao Paulo, sobre o Corinthians.

Sensaçao quase alcançada por Valdir, em 96. "Fui vice-campeao, atrás do Palmeiras, mas pude viver um dos grandes momentos de minha carreira", declarou o atacante. "Saí dignamente do clube em paz com a torcida e com a comissao técnica."

Estrutura - Para Valdir, nao há muitas diferenças entre trabalhar no Santos e no Sao Paulo. Dodô, no entanto, destacou a superioridade do Tricolor quanto ao centro de treinamento. O do Sao Paulo, com 12 anos de existência, é um dos mais modernos do Brasil, com espaço reservado à concentraçao dos atletas. O CT Rei Pelé, ainda em fase de reestruturaçao, carece de muitas melhorias e de verba do patrocinador para reformas.

Diferenças que, segundo Caio, podem ser superadas dentro de campo. "As equipes estao bastante equilibradas, o que deve tornar a decisao ainda mais bonita", disse. "Ter o Sao Paulo pela frente, entao, é mais um fator motivador; conheço vários segredos do nosso adversário."




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