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Quaresma de vitórias ao
Santo André no Paulista
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
09/03/2011 | 07:54
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Hoje inicia-se a Quaresma. Aos cristãos, trata-se do período de quarenta dias (sem contar os domingos) até a Páscoa, e diversas pessoas praticam orações, doações e penitências, como o jejum a carne ou chocolate, durante esse meio-tempo, a fim de aproximar da Igreja. Já para o Santo André, é o período referente aos oito jogos restantes no Campeonato Paulista que definirão se o time será rebaixado à Série A-2, permanece na elite ou classifica entre os oito melhores.

E justamente nesta Quarta-Feira de Cinzas o Ramalhão tenta apelar à fé, se doar em campo e se for preciso até fazer promessa em busca do primeiro triunfo no torneio na partida contra o Americana, às 17h, no Estádio Bruno Daniel. "Se quiser comer carne, chocolate, ovo de Páscoa, pode, desde que vença. Se é para vencer, pode valer tudo", afirmou o zagueiro João Paulo.

"Tem de pedir a Deus, a Nossa Senhora de Aparecida, que possam nos iluminar. Mas já estamos percebendo mudança no time. Contra o Palmeiras (na última rodada, 0 a 0), mesmo com um a menos soube jogar com inteligência e se fechar. Agora esperamos que os oito próximos jogos a gente possa vencer", completou o defensor andreense.

Segundo o meia Allan, titular absoluto nos últimos jogos do Ramalhão, e que deve ser mantido à partida de hoje, a promessa que o Santo André poderia fazer nesses 40 dias até a Páscoa (que coincide com a data das quartas de final do Paulistão, esta que o Santo André ainda sonha estar presente) é vencer os oito compromissos que tem pela frente.

A tarefa, porém, não é fácil. Afinal, além de Americana, o Ramalhão ainda tem pela frente São Paulo, Oeste, Portuguesa, São Caetano, Grêmio Prudente, São Bernardo e Corinthians. "A promessa não seria não perder, mas sim ganhar, porque já temos sete empates. O importante é vencer, porque perder uma e conquistar uma vitória é melhor do que empatar", disse Allan.

"Já passou da hora de uma vitória em casa. Indiferente de como vai ser, será muito importante para nós. E não só dentro de casa como também fora. Contra o Palmeiras a gente buscou, mas a expulsão do Gilberto acabou prejudicando um pouco. Agora é buscar a partir desse jogo", concluiu o meio-campista.

 

Jejum causa cobrança da torcida até mesmo fora de campo

 

A má fase do Santo André no Campeonato Paulista não se restringe apenas às quatro linhas ou, no máximo, às arquibancadas. A vida pessoal dos jogadores também acaba sofrendo interferência, como aconteceu com o zagueiro João Paulo no sábado, quando foi cobrado por um torcedor enquanto jantava com sua esposa em restaurante da cidade.

"Tomara que a vitória venha contra o Americana, porque não é possível em onze rodadas sem vitória. É algo muito chato que gera situações como o torcedor vir cobrar na mesa, enquanto eu almoçava com minha esposa, que está grávida. Mas depois que ele saiu, comentei com ela que não estava errado, porque paga ingresso todo jogo, gasta com gasolina, com lanche e leva a família. Está na hora de a gente retribuir dentro das quatro linhas", afirmou o jogador.

Caso o time vença o Americana hoje, João Paulo acredita que tanto torcedores quanto jogadores farão as pazes - ontem alguns compareceram ao treino com a faixa de cabeça para baixo. "Não tiro a razão dele. Chegou numa boa, falou e concordo com ele. Já passou da hora de a gente animar a todos. Desde a tia da cozinha ao presidente. Vencer só traz benefícios", finalizou.

RYCHELY

O atacante chegou atrasado ao treino de ontem pela manhã no Estádio Bruno Daniel e acabou repreendido pelo diretor de futebol Juraci Catarino, pelo técnico Sandro Gaúcho e pelo auxiliar Geraldo. No fim das contas, o jogador fez apenas trabalho físico.

"Foi o primeiro caso do Rychely. Ele é um bom menino e disse que perdeu a hora. Ele ia ser mesmo poupado porque está com dores musculares, mas eu procuro cobrar, dar um puxão de orelha. Nada nesse momento pode tirar nosso foco da vitória. Pregamos pela organização e comprometimento. Ele justificou, sem problemas", disse o treinador.

"Temos que entendê-lo, mas não podemos deixar passar nada. O puxão de orelha serve para todo o grupo estar ciente de que a responsabilidade é total", concluiu Juraci.




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