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FMI deve ser abolido, defende prêmio Nobel de Economia
Do Diário do Grande ABC
21/01/1999 | 14:18
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O Prêmio Nobel de Economia, o americano Milton Friedman, criador da escola monetarista, se pronunciou pela ``aboliçao' do Fundo Monetário Internacional (FMI), porque ``faz mais mal do que bem à economia mundial'.   Em artigo publicado, Friedman, 86 anos, considerou que ``muitas das crises financeiras presentes foram produzidas pelo FMI'.  ``O Fundo deve ser abolido: faz mais mal do que bem à economia mundial', afirmou o economista.   Friedman prognosticou que ``haverá mais crises no futuro' e assinalou que ``os governos no mundo estao fazendo o incorreto ao tratar dos fluxos de capitais. E o FMI é parte do problema, nao da soluçao'.   Ao se referir à atitude do Fundo em relaçao à crise no Brasil, disse que neste caso ajudou o maior sócio do Mercosul ``para insistir numa política de câmbio fixo, quando nao havia condiçoes para sustentá-la'.  ``Se nao insistisse nesse caminho, o Brasil teria feito o ajuste antes e os custos seriam agora menores', afirmou.   Em seguida admitiu que a crise provocada no Brasil ``era inevitável' porque ``tinha o mesmo sistema monetário que teve a Argentina quando sofreu grandes tremores econômicos'.  ``Tentar fixar a taxa de câmbio quando ao mesmo tempo se mantém um Banco Central independente é uma receita para o desastre. Mas nao só no Brasil traz problemas: traz problemas na Inglaterra, na Tailândia, na Malásia e em muitos outros países', disse Friedman.   Ele considerou porém ``correta' a decisao do Brasil de estabelecer uma taxa de câmbio flutuante.  Rechaçou a recente idéia do presidente Carlos Menem de ligar ao dólar as moedas dos países do continente.   ``O sistema de conversibilidade da Argentina (peso igual a dólar) é equivalente à dolarizaçao', disse Friedman, que foi professor na Universidade de Chicago do atual ministro argentino da economia, Roque Fernández, e de vários de seus colaboradores.   Acrescentou que ``como americano talvez eu seja a favor de dolarizar, mas se fosse argentino nao diria que é preciso dolarizar. Dolarizar é uma decisao extrema, muito dura'.  



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